O papel dos lombardos no segundo conclave

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25 Abril 2014

A um ano de distância da eleição de Jorge Mario Bergoglio, encontrando alguns protagonistas do conclave, e, acima de tudo, dos meses que o precederam, é preciso recolher algumas peças do mosaico daquele período extraordinário. E que ajudam a reconstruir o clima e os acontecimentos.

A nota é de Marco Tosatti, publicada no blog San Pietro e Dintorni, 23-04-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

E parece que muitos cardeais estão, depois de algum tempo, cada vez mais convencidos de que, na realidade, o purpurado argentino já entrou papa na Capela Sistina. E que o resto foi cena, em grande parte, como – dizem – como ocorre nesses casos.

Uma das peças importantes foi, aparentemente, um jantar. Dele participaram, no Vaticano, no apartamento de um cardeal da Lombardia, diversos purpurados daquela particular região geográfica e eclesial. E o convite foi estendido a um cardeal francês residente em Roma, de grande prestígio.

Os lombardos concordaram em excluir que o próximo pontífice pudesse ser italiano. Em parte, como resposta a algumas tímidas sugestões levantadas nas semanas anteriores.

Alguns – não sei quem – tinham deixado vazar a ideia: talvez fosse um melhor italiano, depois de dois estrangeiros; além do mais, quando o Terceiro Mundo terá algo de especial?...

Ao invés, os participantes do jantar se disseram unânimes ao negar a Hipótese Itálica. Especialmente, pensamos, mesmo que não se tenham dado nomes, para evitar o perigo Scola.

Era o momento em que o arcebispo de Milão parecia ter uma séria possibilidade de se candidatar. E, com efeito, examinando o quadro dos purpurados italianos, só Scola parecia ser "candidatável".

A partir do jantar, a ideia se espalhou, envolvendo aqueles cardeais que, ainda em 2005, haviam se inclinado contra a hipótese Bento XVI, ampliando-se para a área do Piemonte e cruzando a onda sul-americana posta em ação pelo cardeal Claudio Hummes e reunindo outros consensos, inclusive o do cardeal Bertone.

Outra peça, minúscula mas significativa, é outro jantar – ou, melhor, talvez dois. Os comensais foram Jorge Mario Bergoglio, Beniamo Stella (então reitor da Academia, a escola dos diplomatas, e agora prefeito da Congregação para o Clero) e o responsável pela seção espanhola da Secretaria de Estado, Mons. Fernando Chica Arellano. Mons. Chica também é assistente da Academia, foi secretário do núncio Stella na Colômbia.

Um jantar em que o purpurado argentino, futuro papa, foi informado dos perfis pessoais e eclesiais dos prefeitos e dos secretários das Congregações romanas. Coisas elementares úteis se saber antes de entrar no conclave.