Por: André | 03 Março 2014
O Papa Francisco quer estar acompanhado por um líder judeu e um muçulmano em sua próxima viagem à Terra Santa. Foi o que ele mesmo a uma numerosa delegação inter-religiosa de argentinos que recebeu na Casa Santa Marta do Vaticano na quinta-feira à tarde. Mas, o desejo do Pontífice poderia se complicar, já que seu giro pelo Oriente Médio começará no dia sagrado para os hebreus.
Fonte: http://bit.ly/1gGY06k |
A reportagem é de Andrés Beltramo Álvarez e publicada no sítio Vatican Insider, 28-02-2014. A tradução é de André Langer.
“Realmente está com muita expectativa em relação a essa viagem, será uma viagem curta e anunciou que vai se fazer acompanhar por um judeu e um muçulmano”, disse ao Vatican Insider o sacerdote Guillermo Marcó, um dos presidentes do Instituto para o Diálogo Inter-religioso da Argentina.
Essa ideia poderá apresentar complicações para ser levada a cabo, ao menos de maneira integral. Claro, existem alternativas. Mas, de acordo com o que foi anunciado, o giro papal começará no dia 24 de maio, sábado, mesmo dia em que os judeus observantes têm movimentos limitados, para responder aos preceitos de seu credo.
Um dos rabinos mais próximos ao Papa é seu compatriota Abraham Skorka, da comunidade Benei Tikva e reitor do Seminário Rabínico Latino-americano de Buenos Aires. Ambos já expressaram que um dos seus sonhos era percorrer juntos a Terra Santa. Não obstante, em sua mais recente viagem a Roma, Skorka foi prudente a este respeito e assegurou que “ainda não existe nada decidido”. A única forma em que ele pudesse participar no périplo de Bergoglio seria viajar antes e somar-se à comitiva uma vez terminado o dia sagrado.
Francisco estará apenas três dias no Oriente Médio com etapas na Jordânia, Israel e Palestina. Seguirá as pegadas de Paulo VI, o primeiro pontífice da história a voltar à terra de Jesus há exatamente 50 anos (4 a 6 de janeiro de 1964). A ele se seguiram João Paulo II (20 a 26 de março de 2000) e Bento XVI (8 a 15 de maio de 2009).
Marcó, que durante anos foi porta-voz de Jorge Mario Bergoglio na época em era arcebispo de Buenos Aires, foi um dos organizadores do giro que levou a delegação argentina aos mesmos lugares que o Papa visitará: Israel, Jordânia e os Territórios Palestinos. Em sua reunião com o pontífice, cordial e amena, o grupo de 45 “notáveis” (15 judeus, 15 muçulmanos e 15 cristãos) abordou o tema da visita de maio.
“Contamos a ele que em todos os lados (da Terra Santa) percebemos o desejo de paz, mas uma paz com dificuldades. Ele falou da necessidade de construir essa paz, disse-nos que a nossa viagem era para ele inspiradora, somos todos pessoas que em algum momento trabalhamos com ele no diálogo inter-religioso em Buenos Aires e ele dizia que se dava conta de que “o modelo argentino” era exportável, que é um lugar onde, graças a Deus, as três comunidades convivem sem problemas, uma situação que em outros lugares se dá com muita dificuldade”, acrescentou o sacerdote.
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Um judeu e um muçulmano com Francisco na Terra Santa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU