Cardeal Marx afirma que cardeal Kasper sofreu ''fortes oposições'' no consistório

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28 Fevereiro 2014

O cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e membro do conselho dos oito cardeais que auxiliam o papa na reforma dela Cúria Romana e no governo da Igreja, revela que o cardeal Walter Kasper recebeu "fortes oposições" à introdução que ele proferiu no recente consistório dos cardeais na presença ala do papa, com a qual o seu coirmão alemão sugeriu a possibilidade de readmitir à comunhão os divorciados em segunda união.

A reportagem é do jornal Il Mondo, 27-02-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Em seu retorno de Roma – segundo a nota do portal da Igreja Católica alemã, Katholish.de –, o cardeal Marx elogiou a introdução de Kasper, salientando que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre a comunhão para os divorciados em segunda união. Marx explicou que não sabe dizer como está orientada sobre esse tema a maioria dos cardeais, mas reiterou que cerca da metade dos presentes tomaram a palavra no consistório e ressaltou que também foi importante que, pela primeira vez, uma questão pastoral tão controversa tenha sido discutida tão detalhadamente pelos cardeais na presença do papa.

A discussão agora deve continuar e também ser dissecada pelos teólogos, disse Marx, que, nesse sentido, afirmou que não compreende a decisão de não publicar o texto lido por Kasper, ainda mais que até mesmo o papa é alheio a tal temor.

Quanto ao mérito da questão, Marx disse concordar com a posição exposta por Kasper sobre a possibilidade de readmitir em alguns casos os divorciados em segunda união à comunhão. A "indissolubilidade do matrimônio não é um trabalho moral do ser humano, mas sim uma promessa", afirma o purpurado, e os sacramentos não são "instrumentos disciplinares", mas sim meios de cura.

"Marx – continua o site Katholish.de – deu a entender que Kasper, pela sua introdução, recebeu fortes oposições, especialmente no início do debate". No segundo dia, o espectro das intervenções, no entanto, foi "muito mais amplo". Alguns, porém, não compreenderam por que o papa não permitiu simplesmente, mas promoveu essa discussão, enquanto outros não entenderam por que a Igreja percorre um "longo caminho" sobre uma questão tão importante.

Para Marx, contudo, a questão está em aberto. O cardeal Gerhard Ludwig Müller defende o ensino tradicional da Igreja como consequência lógica do seu papel como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e o próprio Kasper explicou que não se trata de alcançar um compromisso, mas sim uma solução consensual.