“Há ainda muito apoio a grupos de extermínio e justiceiros”

Mais Lidos

  • “O capitalismo do século XXI é incapaz de atender às necessidades sociais da maioria da população mundial”. Entrevista com Michael Roberts

    LER MAIS
  • Zohran Mamdani está reescrevendo as regras políticas em torno do apoio a Israel. Artigo de Kenneth Roth

    LER MAIS
  • Guiné-Bissau junta-se aos países do "cinturão de golpes militares" do Sahel e da África Ocidental

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Cesar Sanson | 06 Fevereiro 2014

Pesquisadora da violência urbana desde os anos 1970, a antropóloga Alba Zaluar em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, 06-02-2014, vê com preocupação a legitimação do comportamento dos jovens justiceiros pelas classes média e alta. Coordenadora do Núcleo de Pesquisa das Violências da Universidade do Estado do Rio (Uerj), ela defende que se ensine às crianças a importância das leis.

Eis a entrevista.

Achar normal que se prenda um jovem supostamente infrator num poste diz o que sobre nossa sociedade?

É algo que ocorre no Brasil todo. Não é um fenômeno do Rio, da classe média. Tem muito apoio a justiceiro, grupo de extermínio. Veem de forma imediatista e preconceituosa. Bandido bom é bandido morto? O que chamam de bandido? O pobre, negro, favelado.

Por que o brasileiro é tão tolerante com esses abusos?

Temos de dar aulas de cidadania e civilidade às crianças, ensinar o que é tolerância, respeito. Tem de ter um professor que mostre como as coisas funcionavam antes da polícia e da democracia. Esse tipo de vingança é interminável. Não tem vida dentro de uma cidade com milhões de pessoas sem que existam leis.

Como responder a quem argumenta que é preciso agir com as próprias mãos porque a polícia e a Justiça são falhas?

A justiça pelas próprias mãos é própria de uma sociedade que não funciona como deveria. Não há democracia sem polícia, mas tem de ser uma polícia que esteja agindo corretamente.