Por: André | 04 Fevereiro 2014
A cidade de Kinshasa vibrou ultimamente ao ritmo de um evento incomum e excepcional. Este evento reuniu algumas personalidades do mundo da política, da economia e da diplomacia. Um grande número de crianças com idades entre cinco e sete anos oriundas de uma classe social desfavorecida estavam igualmente associadas ao evento. Trata-se da celebração da Festa de Natal, iniciativa do imã xeique Mounir Fadel, da mesquita Al Rassour Allazam. Com outras palavras, Cristo foi honrado numa mesquita. O cardeal Laurent Monsengwo Pasinya estava representado pelo abade Koko.
A reportagem está publicada no sítio francês Le Potentiel, 29-01-2014. A tradução é de André Langer.
O abade Koko, representando o cardeal Laurent Monsengwo disse estar satisfeito com esta iniciativa que reúne regularmente as duas comunidades para momentos de alegria litúrgica como nesses momentos de duras provas existenciais. “A mensagem do Natal é sempre simples: luz do alto que vem nos visitar; é o tempo da luz fulgurante que vem iluminar as espessas trevas que envolvem o mundo, e ele é o Príncipe da paz que vem nos trazer sua paz”, disse o abade Koko.
Animados por Halawi, diretor do centro cultural árabe, os participantes aplaudiram as intervenções de Henri Kastoun e Victor Haddad, respectivamente encarregado de Assuntos do Líbano na República Democrática do Congo e secretário-geral da Aliança Libanesa do Congo.
Sem esquecer o imã xeique Mounir Fadel, que afirmou que a aproximação entre as duas religiões monoteístas pode contribuir para a tranquilidade e a convivência pacífica entre as pessoas, tanto no Congo como em outros lugares. Ele criticou o terrorismo, a islamofobia, assim como as forças do mal que alimentam os rumores nos meios de comunicação. O islã, assim como o cristianismo, prega o amor ao próximo e o advento de uma paz duradoura sobre o mundo.
Victor Haddad, secretário-geral da Comunidade Libanesa na República Democrática do Congo, suplicou pela paz. “Por natureza, todos os homens aspiram à paz. Mas Satã e as forças do mal fazem de tudo para semear o ódio, a violência e a guerra. Na história das guerras, as guerras religiosas são as mais atrozes e as mais assassinas. Elas são difíceis de cicatrizar e esquecer. As guerras religiosas entre os cristãos e muçulmanos estão às portas das nossas fronteiras. Elas bateram na porta da África: no Chade, Sudão, Quênia, Mali, Nigéria e África Central. Já não acreditamos mais que isso acontece só aos outros. Esta é a armadilha”.
Victor Haddad acrescenta: “Imaginemos uma guerra mundial entre as religiões que colocam face a face bilhões de homens armados, prontos para se matarem. Seria o fim do mundo. E, pior, essas guerras entre cristãos e muçulmanos não são coisa do passado”. Victor Haddad aproveitou a ocasião para conjurar todas as autoridades religiosas e leigas do Congo apelando à sua sabedoria e vigilância para proteger o povo congolês dos horrores das guerras religiosas estúpidas e assassinas, que já estão próximas das nossas fronteiras.
O encarregado de assuntos do Líbano no Congo, Henri Kastoun, por sua vez, não deixou de manifestar, por meio de um breve speech, sua satisfação em poder participar desta atividade que encoraja o diálogo entre as religiões, com vistas a uma paz duradoura na República Democrática do Congo e no resto do mundo.
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Em Kinshasa, muçulmanos e cristãos se unem pela paz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU