“A porta de Deus sempre está aberta, não percamos a esperança”, diz Francisco

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Por: André | 12 Dezembro 2013

“Quando um cristão se esquece da esperança, ou pior, perde a esperança, sua vida não tem sentido. É como se sua vida estivesse diante de um muro: nada. Mas o Senhor nos consola e nos empurra, com a esperança, e andamos para frente”. Quando o Filho de Deus se aproxima sempre abre as portas e dá esperança. A porta de Deus sempre está aberta, portanto, o cristão não deve perder a esperança. Nunca. A afirmação é do Papa Francisco dita durante a missa na Capela Santa Marta, em Roma, nesta quarta-feira, de acordo com a Rádio Vaticano.

A entrevista é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 11-12-2013. A tradução é de André Langer.

O Pontífice insistiu em que não devemos ter medo da consolação do Senhor; pelo contrário, temos que pedi-la e buscá-la. Esta consolação transmite a ternura do Senhor.

“Consolem, consolem o meu povo”: o Papa iniciou sua homilia detendo-se em uma passagem do Livro do Profeta Isaías, o Livro da Consolação de Israel. Francisco destacou que Deus se aproxima do seu povo para consolá-lo, “para dar-lhe paz”. E este “trabalho de consolação” é tão forte que “refaz todas as coisas”.

O Senhor realiza uma verdadeira “recriação”: “Recria as coisas. E a Igreja não se cansa de dizer que esta recriação é mais maravilhosa do que a criação. O Senhor recria mais maravilhosamente. E assim visita o seu povo: recriando, com aquela potência. O povo de Deus sempre teve esta ideia, este pensamento, que o Senhor virá para visitá-lo”. O pontífice recordou “as últimas palavras de José aos seus irmãos: ‘Quando o Senhor os visitar, levem os meus ossos com vocês’. O Senhor visitará o seu povo. É a esperança de Israel. Mas o visitará com esta consolação”.

E depois explicou: “A consolação é este refazer tudo não uma única vez, mas muitas vezes, com o universo e também conosco”. “Quando o Senhor se aproxima nos dá esperança – continuou – o Senhor recria com a esperança; sempre abre uma porta. Sempre”. Quando Deus se aproxima “não fecha as portas; abre-as”. O Senhor “em sua proximidade nos dá esperança, esta esperança que dá é uma verdadeira fortaleza na vida cristã. É uma graça, é um dom”.

Assim que “quando um cristão esquece a esperança, ou pior ainda, perde a esperança, sua vida não tem sentido. É como se sua vida estivesse diante de um muro: nada. Mas o Senhor nos consola e nos empurra, com a esperança, e andamos para frente. E também o faz com uma proximidade especial a cada um, porque o Senhor consola o seu povo e consola a cada um de nós”.

O Papa acrescentou: “É bonita a maneira como termina passagem de hoje: ‘Como um pastor ele faz pastar o seu rebanho, e com o seu braço o reúne, leva os cordeirinhos ao colo e conduz docemente as ovelhas-mães’. Aquela imagem de levar os cordeirinhos no colo e conduzir docemente as ovelhas-mães: esta é a ternura. O Senhor consola-nos com ternura”.

O Senhor, que é forte, “não tem medo da ternura”: “Ele se faz ternura, se faz criança, se faz pequeno”. No Evangelho, disse o Pontífice, o próprio filho de Deus diz: “Assim é a vontade do Pai, que não se perca nenhum destes pequenos”. Para o Senhor, “cada um de nós é muito, muito importante – destacou Francisco – e Ele se dá com ternura”. E desta maneira, nos faz “ir em frente, dando-nos esperança”.

O Papa disse que exatamente isto “foi o principal trabalho de Jesus” nos “40 dias transcorridos entre a Ressurreição e a Ascensão: consolar os discípulos; aproximar-se e dar consolação”: “Aproximar-se e dar esperança, aproximar-se com ternura. Mas pensamos na ternura que teve com os Apóstolos, com Maria Madalena, com os Emaús. Aproximava-se com ternura: ‘Dá-me de comer’. Com Tome: ‘Coloca teu dedo aqui’. O Senhor é sempre assim. Assim é a consolação do Senhor”.

E depois Francisco concluiu com uma invocação: “Que o Senhor nos dê a todos nós a graça de não ter medo da consolação do Senhor, de ser abertos: pedi-la, buscá-la, porque é uma consolação que nos dará esperança e nos fará sentir a ternura do Deus Pai”.