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04 Dezembro 2013

Pedro Ribeiro de Oliveira, sociólogo, professor da PUC-MG, recorda a caminhada de D. Waldyr Calheiros, bispo de Volta Redonda, RJ, falecido na semana passada.

Eis o artigo.

Imbuído do espírito renovador do Concílio Ecumênico de 1962-65, Dom Waldyr Calheiros incentivou as mais diversas iniciativas de seus padres e agentes de pastoral para colocarem em prática as orientações daquele Concílio. Algumas davam ótimos resultados, mas outras esbarravam no tradicionalismo da população local e criavam impasses difíceis de resolver.

Um desses problemas foi a reforma litúrgica, especialmente na região de Volta Redonda. Ali era forte a influência de padres franceses que não admitiam tanta devoção aos santos e tão pouco apreço à liturgia. Sua atitude intransigente contra o que entendiam ser superstição popular chocou a população e provocou reações nas comunidades. Como nessa época (início dos anos 1970) eu tinha feito uma pesquisa sobre Catolicismo popular, fui convidado a assessorar a avaliação pastoral da diocese. (Boa prática, esta: expor-se à avaliação externa!).

Eram muitas reuniões, onde as lideranças de comunidade expressavam-se com muita naturalidade. Numa dessas reuniões um animador de comunidade falou: “agora que a Igreja quer voltar atrás pra encontrar o povo, podemos fazer mais festa de santo.” Lembro-me da expressão de tristeza de D. Waldyr ao ouvir falar de “volta atrás”, mas aguentou firme a crítica e aceitou que as comunidades voltassem a promover seus festejos para os santos e santas. Em vez de combater o catolicismo devocional, tratava-se de incentivar e reforçar os círculos bíblicos, na certeza de que é a reflexão na base das comunidades que produz efeitos duradouros. Tal atitude fez crescer minha admiração por D. Waldyr, admiração que em pouco tempo evoluiu para uma sólida amizade.

Um dia, ao perceber que me era impossível estar em comunhão com o arcebispo do Rio de Janeiro, onde eu morava, disse a D. Waldyr que eu queria ter o mesmo privilégio dos padres: me “incardinaria” na diocese de Volta Redonda para tê-lo como bispo, embora residindo noutra diocese.

Com uma risada, ele me incluiu em sua diocese. Não demorou muito tempo e veio o pedido: “como seu bispo, quero que você ajude na formação dos seminaristas diocesanos.” E assim, lá ia eu, duas vezes ao mês, jantar e passar o início da noite com o pequeno grupo de seminaristas para ensinar sociologia. Era um projeto ousado: os rapazes tinham que trabalhar para sustentar a casa onde moravam em companhia do Pe. Paulo Quiquita, seu diretor. Não me lembro mais quem eram os outros professores, porque nunca nos encontrávamos, só me lembro que Fr. Carlos Mesters era o orientador de estudos bíblicos.

É digno de nota que D. Waldyr nunca ocupou cargos que lhe dessem visibilidade no episcopado brasileiro, embora tivesse grande prestígio no setor mais próximo às Comunidades Eclesiais de Base, Pastorais sociais e Teologia da Libertação. Sempre preferiu atuar nas bases da Igreja. Suas memórias, coletadas em depoimento ao CPDOC e editado pela Fundação Getúlio Vargas com o título "O Bispo de Volta Redonda: Memórias de Dom Waldyr Calheiros”, são testemunho de Fé cristã comprometida nas lutas pelos Direitos Humanos, especialmente os Direitos dos trabalhadores. Sua leitura é tão prazerosa quanto proveitosa: D. Waldyr, com fina ironia e insinuações que se percebem nas entrelinhas, traz informações de primeiríssima qualidade para quem se interessa em conhecer os meandros da Igreja católica. Apesar da discrição que elegantemente evita críticas a colegas de episcopado, essa biografia exemplar de quem atravessou o período da ditadura trabalhando nas bases é uma preciosa fonte de informações sobre o cenário eclesiástico, cultural e político da época.

Exemplo dessa atuação silenciosa nas bases é o fato ocorrido em outubro de 1979 durante um curso sobre a realidade latino-americana em Itaicí, quando os bispos receberam a visita de D. Paulo Evaristo Arns. Estava em curso a preparação do 4° Encontro Intereclesial de CEBs, a realizar-se em São Paulo, mas D. Evaristo havia decidido cancelá-lo. O pretexto era a viagem de João Paulo II ao Brasil em 1980, na mesma data prevista para o encontro da CEBs e a Arquidiocese de São Paulo não teria condições de sediá-lo. Na realidade, aquela medida devia-se a fortes pressões políticas e eclesiásticas contra o Encontro Intereclesial e contra o cardeal Arns.

Para contornar o impasse e garantir a realização do Encontro das CEBs, ficou acertado que o 4° Intereclesial poderia realizar-se em Itaici, sob três condições: fosse adiado para 1981, um bispo assumisse a responsabilidade e o Pe. Oscar Beozzo coordenasse a equipe de preparação. E assim foi. Naquele momento decisivo para as CEBs Dom Waldyr e Beozzo garantiram a continuidade dos Intereclesiais, resistindo à pressão da Cúria romana contra as CEBs, a Teologia da Libertação e o apoio da Igreja aos movimentos populares.

Valeu, Dom Waldyr! A luta – sua e nossa – continua!


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