Com o pleito eleitoral agendado para 24 de novembro, Honduras vive um clima pré-eleitoral tenso, constatou o grupo de suíços que visitou o país de 30 de setembro a 7 de outubro. Políticos da oposição sofrem ameaças e cresceu o número de assassinatos nesse período que antecede as eleições.

A reportagem foi publicada no site da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação – ALC, 23-10-2013.

O grupo integra o Fórum Honduras-Suíça. Os visitantes pedem que as autoridades federais tratem de assegurar eleições livres e justas, e que deem garantias de vida aos militantes dos direitos humanos. "Ouvimos testemunhos trágicos de ameaças e assassinatos. Estamos preocupados porque os culpados (pelos crimes) nunca são presos e, às vezes, sequer existe uma investigação dos fatos", relatou o grupo, integrado por dez pessoas, ao retornar da viagem.

Com uma taxa de homicídios de 83 mortes para cada 100 mil habitantes, Honduras desponta com um dos países mais violentos do mundo. As pessoas têm medo das próprias forças de segurança, que são arbitrárias, constataram os suíços. Eles pedem que as autoridades hondurenhas cumpram os tratados internacionais de direitos humanos que o país assinou.

Também viram que em Honduras não há separação entre os três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e, por isso, não tem como garantir um Estado de direito.

Nos contatos que o grupo manteve em Zacate Grande, no sul do país, e em La Esperanza, no oeste, ouviu histórias de pessoas do povo que reclamaram da carência nas áreas da saúde e da educação. Professores relataram que trabalham com material didático improvisado ou que precisam comprá-los do próprio bolso para que alunos tenham um mínimo de formação. Eles também se queixaram da irregularidade do pagamento de salários.

O Fórum Honduras- Suíça promete levar esses assuntos à pauta do G16 assim que a Suíça assumir a presidência do mesmo, no primeiro semestre de 2014.

Nas eleições do dia 24 os 5,3 milhões de eleitores hondurenhos vão escolher o presidente e três vice-presidentes da República, 298 prefeitos, 128 deputados federais e 20 integrantes do Parlamento Centro-Americano. O mandato do presidente eleito começará em 24 de janeiro de 2014 e sua gestão tem duração de quatro anos. Nove candidatos disputam a presidência.