Conversaram durante uma hora. Falaram a respeito de tudo, “com o carinho de sempre e um longo abraço”, segundo o relatou o cardeal Cipriani (na foto, à direita do papa Francisco). Contudo, só veio à cena o que disse o Arcebispo de Lima. Nada se sabe, no entanto, se Francisco e ele conversaram sobre o caso do ex-bispo auxiliar de Ayacucho, Gabino Miranda, investigado por pedofilia, ou a respeito das críticas que o cardeal do Opus Dei fez ao encontro entre o Papa e Gustavo Gutiérrez, propiciado pelo reconfirmado Gerhard Müller.

Fonte: http://goo.gl/eRI5YV

A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 24-09-2013. A tradução é do Cepat.

O que sabemos é que Francisco recebeu Juan Luis Cipriani no Palácio Apostólico, e que o cardeal o presenteou com duas relíquias de Santa Rosa de Lima e São Martinho de Porres. O prelado, em declarações para diversos meios de comunicação peruanos, enfatizou sua “relação de confiança” com o Papa.

“Recebeu-me hoje, com o carinho de sempre. Entramos em muitos assuntos, trouxe-lhe uma relíquia de Santa Rosa de Lima e outra de São Martinho de Porres. E também a respeito da biografia de ambos (...) Bergoglio era químico e eu engenheiro, e nós dois temos facilidade para falar de maneira espontânea. Eu acredito que é parte dessa graça de Deus, por meio da qual Francisco tem uma facilidade para se comunicar e uma marca portenha, que diz as coisas com rapidez. Passamos um momento muito agradável. Perguntou-me a respeito do seminário, das vocações sacerdotais”, disse.

Em outro momento, Cipriani afirmou que o Papa está longe de poder ser enquadrado em grupos de esquerda ou direita, de conservadores ou progressistas. “Há um interesse em certo grupo de querer enquadrá-lo e orientar o que ele diz”.

“Como podemos falar de um papa progressista e aventado, quando a força de seu magistério está nos longos períodos que passa em oração diante do Santíssimo? E como podemos falar de um conservador, se é um homem austero e simples em suas maneiras e as mantém? Está acima dos clichês ideológicos”, acrescentou o polêmico Arcebispo de Lima, criticado por condenar ações políticas e sociais em nome da fé.

Cipriani afirmou que ambos possuem uma facilidade para conversar juntos e que passaram momentos muito agradáveis e que, em certo ponto, tocaram no assunto do Opus Dei e demais grupos dentro da Igreja católica, acrescentando que não imagina a organização religiosa sem estes grupos.

“Ao se referir às novidades, em alta voz o papa comentou: ‘Você imagina uma Igreja sem todos estes movimentos, sem o Opus Dei, sem Comunhão e Libertação e todos os outros?’ Não me imagino sem eles, porque fazem muito bem à Igreja”.

Cipriani destacou que o papa Francisco possui um frescor e uma soltura que não permitem que seja enquadrado em algum tipo de agrupamento político, conservador ou progressista. “Há, sim, um interesse em certos grupos de querer enquadrá-lo, apropriar-se e orientar o que ele diz, mas não irão calar o Papa com esta ameaça, e isto é o que está acontecendo com suas entrevistas e opiniões”, comentou.