Por: André | 16 Setembro 2013
“Nenhum dos muitos grupos que compõem as milícias rebeldes, nem dos fundamentalistas islâmicos, mas tampouco dos demais grupos deu qualquer sinal capaz de tranquilizar os cristãos. Por isso, agora, quando houver um período de trégua, os cristãos pensarão exclusivamente em fugir”. Com estas palavras, o arcebispo católico armênio de Aleppo, Boutros Marayati, descreve à agência Fides os medos e sentimentos predominantes entre os cristãos da metrópole do norte da Síria, há meses isolada sob o ataque das forças anti-Assad.
Fonte: http://bit.ly/17vLjIq |
A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 13-09-2013. A tradução é de André Langer.
Segundo Marayati, o ataque contra o povoado de Malula “também tem um aspecto simbólico. E devemos nos perguntar por que não o fizeram antes”. A possibilidade de um ataque militar liderado pelos Estados Unidos – adverte Marayati – “havia alimentado em todos outros motivos de temor. Devemos pensar no que poderia acontecer caso um míssil caísse em um depósito militar de armas químicas... Agora essa hipótese parece ter sido suspensa, mas tudo permanece muito obscuro: a guerra destruiu a Síria não apenas na parte material (pedras e edifícios), mas também nos corações. Já não há esperança de voltar a viver em paz, como se fazia antes”.
As Igrejas de Aleppo aderiram ao convite de oração pela paz do Papa Francisco, antecipando as vigílias de oração para o dia 06 de setembro. Depois, aqueles que puderam, acompanharam pela televisão a vigília de 7 de setembro na Praça São Pedro e muitos ouviram as fortes palavras do Angelus pronunciadas pelo Bispo de Roma sobre as “guerras comerciais” instigadas pelo mercado de armas.
“O Papa Francisco falou alto e claro, disse o que tinha que dizer”, comenta Marayati, “mas os que têm em suas mãos o destino da guerra preferem não escutar. A sensação”, confessa o arcebispo armênio, “é que todos estão presos a um jogo maior que nós. Caminhamos na escuridão. Não podemos imaginar como tudo isto vai acabar. E continuamos rezando”.
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“Nenhum sinal que tranquilize os cristãos na Síria” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU