26 Agosto 2013
O Papa Francisco manterá sua promessa.Também se os detalhes estão ainda em via de definição, com toda probabilidade, no próximo 10 de setembro, o Pontífice visitará o Centro Astalli para os refugiados, gerido por seus confrades jesuítas no centro de Roma.
O centro, “abrigo” italiano do Jesuit Refugee Service, a rede mundial dos jesuítas a serviço dos prófugos, assistiu com os seus serviços (um ambulatório, três centros de acolhida, uma escola de italiano) mais de 20 mil pessoas em 2012 na única sede de Roma, e serve em sua mesa 450 refeições ao dia.
A reportagem é de Alessandro Speciale e publicada por Vatican Insider, 24-08-2013. A tradução é de Benno Dischinger.
A visita, de forma privada, tinha sido anunciada pelo próprio Francisco ao presidente do centro, padre Giovanni La Manna, com um telefonema de surpresa no dia 6 de abril passado, após a carta de convite que lhe foi enviada pelo jesuíta. “Ele me disse que conserva a carta sobre sua escrivaninha para ter o convite sempre em mente”, havia contado La Manna.
As coisas tinham andado praticamente do mesmo modo também por ocasião da primeira viagem fora de Roma, aquela à ilha de Lampedusa. Também naquele caso, o Papa havia anunciado em surpresa a própria viagem “de forma privada”, sempre em resposta à carta aberta de convite do pároco da ilha, dom Stefano Nastasi.
E também naquele caso, a visita queria pôr em evidência a proximidade de Francisco aos migrantes constringidos a deixar o seu País, em fuga da guerra ou da miséria. Trata-se de um tema particularmente caro ao Papa que, desde o primeiro dia após a eleição, convidou os cristãos a permanecerem em suas casas e em suas igrejas, mas a sair fora para ir às periferias, geográficas e existenciais, da humanidade.
A condição dos prófugos, havia dito o Papa Bergoglio no passado mês de maio aos membros do Pontifício Conselho da Pastoral dos Migranes, “não pode deixar-nos indiferentes... Como Igreja, recordemos que curando as feridas dos refugiados, dos esfolados e das vítimas dos tráficos, pomos em prática o mandamento da caridade que Jesus nos deixou, quando se identificou com o estrangeiro, com quem sofre, com todas as vítimas inocentes de violências e exploração”.
Para Bergoglio, filho de emigrantes piemonteses, estrado junto a quem é constrangido a deixar o próprio País por guerras ou pobreza é uma das tarefas centrais da Igreja. E não só para oferecer assistência imediata a quem tem necessidade, mas para fazer ouvir a sua voz contra aquela “globalização da indiferença” denunciada pelo Pontífice em Lampedusa: o bem-estar difuso permite de fato ignorar “o irmão meio morto à beira da estrada” da parábola do Bom Samaritano, havia admoestado o Papa, e torna “insensíveis” os homens “aos clamores dos outros, nos faz viver em bolhas de sabão”.
“Das periferias se pode ler melhor o centro. Nós somos a periferia da Itália e da Europa, mas estamos no centro da questão migratória, estamos em condições de ler problemas da sociedade atual”, comenta o padre Stefano, pároco de Lampedusa. E este empenho, acrescenta, está já todo compreendido no nome escolhido por Francisco, um nome que carrega “quase como uma veste litúrgica”, de uma “familiaridade grandíssima” e de uma “simplicidade desarmante”.
Para o padre La Manna, do Centro Astalli, a saudação que o Papa levará aos refugiados no centro de Roma “nos ajuda a redescobrir o entusiasmo e o contentamento de consumir a nossa vida no serviço de ajuda aos pobres”.
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“Acolher migrantes e refugiados em espírito de caridade”. Francisco visitará o Centro Astalli para refugiados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU