Extração de gás de xisto vira pivô de batalha em vilarejo da Inglaterra

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23 Agosto 2013

Uma promessa de riqueza enterrada a 900 metros de profundidade pôs Balcombe, um vilarejo de menos de 2.000 habitantes no sul da Inglaterra, no centro do debate ambiental britânico.

Há um mês, moradores da região e ativistas de todo o país protestam contra a realização de testes para extrair gás de xisto do subsolo.

Os estudos são defendidos pelo governo David Cameron como uma luz no fim do túnel da crise energética que quase provocou um apagão no Reino Unido em março.

A reportagem é de Bernardo Mello Franco e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 23-08-2013.

Do outro lado, os manifestantes dizem que o método de fratura hidráulica ("fracking", em inglês) das rochas de xisto pode contaminar o lençol freático, poluir o ar e até provocar terremotos.

A polêmica ganhou força no domingo passado, quando uma marcha de 2.000 pessoas "dobrou" a população do vilarejo e levou a petroleira Cuadrilla a interromper os trabalhos de perfuração.

No dia seguinte, os manifestantes fecharam a rodovia que corta a região. A polícia prendeu 29 pessoas.

Ontem a empresa confirmou que as atividades no subsolo foram retomadas, sob forte proteção policial.Entidades ambientalistas, que não estiveram à frente da mobilização até aqui, prometem apoiar novos protestos.

"A Cuadrilla tem que aceitar que não pode invadir o interior da Inglaterra com caminhões e máquinas de perfuração sem dar nenhuma garantia à população local", disse Leila Deen, uma das coordenadoras do Greenpeace britânico.

Em nota, a empresa afirma que se submete à fiscalização do governo e que contratou estudos independentes antes de perfurar o solo. "O último relatório não identificou nenhum impacto ambiental que possa ser causado pelas nossas atividades", diz.

Na exploração do xisto, as rochas são bombardeadas com uma mistura de água, areia e produtos químicos. A pressão causa fissuras no subsolo e faz com que o gás suba em direção à superfície.

No fim de 2011, geólogos ligaram testes feitos pela Cuadrilla a tremores de terra em Blackpool, noroeste da Inglaterra. Diante da repercussão, o governo suspendeu o "fracking" em todo o país.

No mês passado, o ministro das Finanças, George Osborne, encerrou a proibição e prometeu incentivos à retomada dos testes. Para ele, o xisto pode baratear a energia e reduzir as importações de gás natural.

Manifestantes improvisam acampamento

As barracas modernas, usadas em ocupações nas grandes cidades, contrastam com o estilo hippie dos ativistas que tentam barrar os testes para a extração de gás de xisto no ambiente rural de Balcombe.

Anteontem, quando a reportagem visitou o acampamento, cerca de 120 pessoas ainda resistiam no local. Eles seguem uma cartilha ecologicamente correta para manter tudo limpo e evitar o consumo de produtos industrializados.

Ao passar pelo local, muitos motoristas reduziam a velocidade e buzinavam em apoio aos manifestantes.

Um morador chegou com comida e água mineral. Foi recebido com euforia pelos ativistas, que usam banheiros improvisados com madeira e dizem não se importar com o desconforto.

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