Por: Jonas | 15 Agosto 2013
A Rádio Vaticana conversou com o Núncio Apostólico na Síria, dom Mario Zenari, sobre a delicada situação dos religiosos e jornalistas em meio à caótica e sangrenta situação que vive o país. A violência continua, com o assassinato de doze civis em um bombardeio realizado ontem, pelas forças rebeldes, na província de Hama. Enquanto isso, ativistas sírios e membros da oposição elaboraram um “road map” para chegar a uma reconciliação pacífica, que será apresentado amanhã ao líder do Conselho Nacional.
A reportagem é publicada no sítio Vatican Insider, 13-08-2013. A tradução é do Cepat.
Segundo o Núncio Vaticano, a situação é dramática e está piorando, “quando pensamos em todos os deslocados, mais de quatro milhões, que precisaram abandonar as próprias casas destruídas ou semidestruídas, as próprias localidades arrasadas, e em mais de um milhão e meio de refugiados nos países vizinhos”, e é por este motivo que a “comunidade internacional deve dobrar seus esforços para chegar urgentemente a uma solução política desta crise”.
E também existe o aumento dos sequestros de cidadãos sírios e estrangeiros, leigos e religiosos, ativistas e jornalistas, “e não se sabe qual estratégia há por trás”. Por exemplo, explicou dom Zenari à Rádio Vaticana, “em relação aos dois bispos, quase quatro meses depois do sequestro, não houve nenhum contato e a mesma coisa acontece com o padre Dall’Oglio: após duas semanas, vivemos com apreensão, porque falta qualquer contato”.
A respeito do jesuíta romano que fundou a comunidade de Mar Musa e que desapareceu há duas semanas, padre Paolo Dall’Oglio, o Núncio Apostólico na Síria enfatizou que “ele era estimado nessa região, mas é, de qualquer forma, uma região muito, muito quente em todos os sentidos. Operam diferentes grupos, de diferentes tendências: desde os mais extremistas até os mais moderados, e às vezes se encontram em desacordo entre eles. Então, não se sabe nas mãos de quem o padre Dall’Oglio possa estar. No entanto, eu tenderia, uma vez que não há nada de concreto, a excluir o pior. Não consigo imaginar para que serviria o fim trágico deste sequestro”. Por fim, o conselho de dom Zenari: “prudência, porque com estas notícias, como a presumível morte de Dall’Oglio, é preciso ir “com cautela, porque é difícil verificá-las. Então, muita, muita prudência”.
Enquanto isso, um grupo de cidadãos de Aleppo organizou uma manifestação em uma região da cidade que está sob o controle dos rebeldes sírios para pedir a libertação de diferentes pessoas sequestradas por membros das milícias jihadistas, entre as quais está o padre Dall’Oglio. A isto faz referência o Observatório Nacional para os Direitos Humanos na Síria (Ondus), que também divulgou um vídeo da manifestação. Nas imagens são vistos alguns manifestantes com faixas nas quais pedem a libertação dos prisioneiros e uma bandeira da oposição. A ONG Ondus indicou que a manifestação foi realizada no bairro de Qadi Askar, diante da base do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a organização vinculada a Al Qaeda, que possui a maior parte do controle dos territórios do norte que caíram nas mãos dos rebeldes.
Segundo os ativistas que acompanharam o padre Dall’Oglio, quando voltou para Síria, o jesuíta desapareceu após ter deixado a cidade de Raqqa, no norte, enquanto se dirigia a um local desconhecido, no qual teria se reunido com o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al Baghdali, para negociar a libertação dos reféns. Ontem à tarde, também foi realizada uma manifestação para pedir a libertação dos prisioneiros na própria cidade de Raqqa.
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Prudência a respeito do destino de padre Dall’Oglio e demais sequestrados na Síria, pede Núncio Apostólico - Instituto Humanitas Unisinos - IHU