10 Agosto 2013
Quando ele está andando no papamóvel – no Vaticano ou, por exemplo, no Rio de Janeiro – o Papa Francisco usa as suas mãos não apenas para abençoar as pessoas e segurar os bebês que ele beija. Ele também as usa para pegar coisas.
A reportagem é de Cindy Wooden, publicada no sítio Catholic News Service, 07-08-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Jogar, arremessar e atirar coisas ao papa ou no papamóvel tem se tornado um fenômeno crescente no Vaticano, mas chegou a proporções épicas durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
"Enchemos um jipe quatro vezes, com objetos de todos os tipos", disse Alberto Gasbarri, principal organizador das viagens papais.
O inventário parcial de Gasbarri incluía: "Camisetas, bonés, cachecóis, bolas, flores, bandanas, fotografias, cartas, desenhos, terços – e até um anel episcopal".
"É verdade, foi muito substancial", disse o padre jesuíta, Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano. Não ficou claro se o anel pertencia a um bispo que o jogou ou se era um presente de um dos peregrinos ao papa.
Tudo o que foi coletado foi dividido entre a Arquidiocese do Rio de Janeiro e o Vaticano, disse Gasbarri ao Catholic News Service. Algumas das coisas deixadas para trás se tornarão suvenires da visita do papa, enquanto grande parte das roupas serão distribuídos aos pobres.
A bola e a camisa de futebol que o Papa Francisco ofereceu diante de um ícone de Maria (foto ao lado), no dia 29 de julho, na Basílica de Santa Maria Maior – quando ele parou no caminho para casa desde o aeroporto – veio da coleção do Rio, disse Gasbarri.
A mesma coisa acontece no Vaticano com os presentes papais. Itens entregues ao papa ou simplesmente jogas no papamóvel passam por uma classificação. Algumas acabam catalogados e armazenados, inclusive nos Museus do Vaticano, mas as roupas e a maioria dos itens comestíveis vão para as Cáritas diocesanas, ao abrigo vaticano gerido pelas Missionárias da Caridade ou para a clínica materna e pediátrica do Vaticano, que atende principalmente imigrantes e é administrada pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
Ao menos uma vez, o Papa Francisco esticou a mão até o fundo do papamóvel e ele mesmo reciclou um presente. Durante uma audiência geral semanal na Praça de São Pedro, em meados de junho – um dia quente e intensamente ensolarado –, o papa beijou dois meninos e acenou para que seus pais colocassem bonés neles devido ao sol. Um pouco mais tarde, um dos seguranças do Vaticano levantou outro menino sem boné. O papa beijou o menino, acariciou-lhe no rosto e depois disse ao oficial que esperasse enquanto ele se abaixava e pegava um boné. O boné de beisebol verde era um pouco grande, mas ele o colocou sobre a cabeça do menino mesmo assim.
Perguntado se os presentes causam medo na segurança vaticana, Lombardi disse: "Eu também lhes perguntei isso. Eles disseram que, de fato, não. O papa não tem medo".
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Quando o papamóvel se enche de presentes para o papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU