09 Junho 2013
“Deixar nos amar pelo Senhor com ternura é difícil, mas é o que devemos pedir a Deus”: é o convite do Papa Francisco na Missa da manhã de sexta-feira, dia 07-06-2013, em Santa Marta, falando da solenidade de hoje do Sagrado Coração de Jesus. Estava presente o pessoal do Arquivo Secreto Vaticano: concelebrou o arquivista da Santa Igreja Romana, mons. Jean-Louis Bruguès, e o prefeito, Sergio Pagano.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 07-06-2013. A tradução é de Benno Dischenger.
Jesus amou-nos muito, não só com as palavras senão com as obras e com sua vida. O Papa Francisco repetiu-o várias vezes na homilia desta manhã, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que ele mesmo define como “a festa do amor”, de um “coração que amou muito”. Um amor que, como repetia Santo Inácio, “se manifesta mais nas obras que nas palavras” e que é, sobretudo, “mais dar que receber”.
“Estes dois critérios – evidencia o Papa – são como os pilares do amor verdadeiro”, e é o Bom Pastor quem representa em tudo o amor de Deus. Ele conhece suas ovelhas uma por uma,”porque – acrescenta o Papa Francisco – o amor não é um amor abstrato ou geral: é o amor por cada um”.
“Um Deus que se faz próximo por amor, caminha com seu povo e este caminhar chega a um ponto que é inimaginável. É impensável que o próprio Senhor se faça um de nós e caminhe conosco, permaneça conosco, permaneça em sua Igreja, permaneça na Eucaristia, permaneça em sua Palavra, permaneça nos pobres, permaneça conosco caminhando. E esta é a proximidade: o Pastor próximo a suas ovelhas, que conhece uma a uma”.
Explicando novamente uma passagem do Livro do profeta Ezequiel, o Papa explica outro aspecto do amor de Deus: a atenção pela ovelha perdida e pela que está ferida e enferma.
“Ternura! O Senhor nos ama com ternura. O Senhor conhece esta bela ciência das carícias, esta ternura de Deus. Não nos ama com as palavras. Ele se acerca – cercania – e nos dá esse amor com ternura. Cercania e ternura! Estas duas maneiras do amor do Senhor que se faz próximo e nos dá todo o seu amor, inclusive com as coisas mais pequenas: com a ternura. E este é um amor forte, porque a cercania e a ternura nos fazem ver a fortaleza do amor de Deus”.
“Porém, amar como eu os amei?” esta é a pergunta que o Papa Francisco realiza, destacando que o amor “deve fazer-se na cercania do próximo”, que deve ser “como o do bom samaritano” e, em particular, no signo “da cercania e da ternura”. Mas, como restituir este amor ao Senhor? Este é outro ponto sobre o qual o Pontífice se deteve: sem dúvida: “amando-o”, fazendo-se “próximo a ele”, ternos com Ele: mas isto não basta.
“Isto pode parecer uma heresia, porém é a maior verdade! Mais difícil que amar a Deus, é deixar-se amar por Ele! A maneira de devolver tanto amor é abrir o coração e deixar-se amar. Deixar que Ele se acerque de nós e senti-lo ao nosso lado. Deixar que Ele se faça terno conosco, nos acaricie. Isto é o mais difícil: deixar-nos amar por Ele. Isto é o que devemos pedir hoje na Missa: ‘Senhor, eu quero amar-te, porém ensina-me a difícil ciência, o difícil costume de deixar-me amar por Ti, de sentir-te próximo e terno’. Que o Senhor nos dê esta graça!”
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Francisco: "O Senhor conhece a bela ciência das carícias” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU