Por: Jonas | 28 Mai 2013
O Papa visitou, hoje pela manhã, uma das paróquias da periferia romana (Paróquia Santa Isabel e Zacarias, foto). Estava ambientado: encantado, divertido, satisfeito, contente e sempre sorridente. Como um pároco. No contato com as pessoas, transforma-se. Não foge, não evita o contato físico. Aproxima-se, não cansa de estender as mãos e de dar beijos. Seduz com sua natural simpatia e espontaneidade e, em distâncias curtas, transmite bondade e amor. Esse é o segredo do Papa.
A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada no sítio Religión Digital, 26-05-2013. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/W6saO |
Recebido por uma bela acolhida do pároco, que o apresentou para sua paróquia da periferia, dessas periferias que o Papa tanto gosta. E começou a missa como a de qualquer paróquia que, neste mês de maio, celebra as primeiras comunhões. E com o Papa como pároco de uma paróquia da periferia romana.
E esse papel lhe cai como uma luva. Um Papa que sabe sintonizar-se até com as crianças da primeira comunhão. Com eles, manteve uma homilia dialogada. Nada menos do que a respeito do mistério da Trindade. Explicando-o, entre perguntas e respostas. E pedindo para que, mais alto, respondessem suas perguntas. O Papa pergunta, responde, interage e conta histórias e brincadeiras. “Jesus nos ajuda nas dificuldades... e também na hora de fazer os deveres, não é verdade?” Dizia aos pequenos.
Primeiras comunhões com meninos e meninas vestidos todos iguais: com suas longas túnicas brancas. Não houve noivas, nem princesas, nem marinheirinhos. Saudou a todas as crianças (uns 50), beijou, deu a comunhão e escutou emocionado (e inclinado em profunda oração diante deles), como o abençoavam com o cântico de Francisco.
E abençoado por eles, voltou a dizer-lhes que o cristianismo precisa abençoar sempre: dizer bem dos demais e de Cristo. Enquanto, de fundo, soava um belo canto com violões: “Francisco vai, repara a minha casa”.
Um Papa adorável, que se faz querido, que se deixa querer. Um Papa catequista, que transmite Deus com sua mera presença.
Muitos de nossos bispos, muitos de nossos padres tão ajustados, com sermões tão etéreos, que não dizem nada, que não chegam a ninguém, terão que se atualizar e se conectar com Roma. Muitos de nossos bispos e padres precisarão deixar de ser funcionários para se colocarem a serviço do povo de Deus. Terão que abençoar, mas também deixar-se abençoar pelos seus fiéis. Alguns vão custar adequar-se a Roma.
Entretanto, esse é o caso. Se João XXIII abriu as janelas da Igreja, o papa Francisco está abrindo suas portas... para que não voltem a fechar-se.
A visita à paróquia romana, contada pela Rádio Vaticana
Jesus caminha conosco, ajuda-nos, guia-nos - explicou o Bispo de Roma em diálogo com as crianças da primeira comunhão -. E também Jesus nos dá força para caminhar - disse. Sustenta-nos nas dificuldades.
Com a comunhão nos dá força, Ele vem até nós. Contudo, um pedaço de pão me dá tanta força? Perguntou Francisco. Não! Responderam os pequenos: É o Corpo de Cristo. O Papa afirmou: Parece pão, mas é o Corpo de Jesus. Jesus vem a nosso coração.
Neste domingo, 26 de maio, Domingo da Santíssima Trindade, o papa Francisco, às 9h30min, realizou uma visita pastoral à Paróquia romana dos Santos Isabel e Zacarias, onde presidiu a Santa Missa e deu a primeira comunhão para 16 crianças e distribuiu Comunhão para outros 28.
Com o Bispo de Roma, concelebraram o cardeal vigário Agostino Vallini, o bispo auxiliar do Setor Norte da diocese do Papa, dom Guerino Di Tora, o pároco Benoni Ambarus e o vigário paroquial Giovanni Franco.
A celebração aconteceu ao ar livre, na praça que fica em frente à paróquia do município de “Prima Porta”, que conta com uma população de quase sete mil habitantes. O Santo Padre Francisco se encontrou com as famílias e com as crianças que foram batizadas no curso deste ano, assim como também com os enfermos presentes.
Transcrição e tradução do diálogo do Bispo de Roma com as crianças da primeira comunhão, na Paróquia dos Santos Isabel e Zacarias
Em suas palavras o pároco me fez lembrar algo muito belo sobre a Virgem. Quando a Virgem tão-somente recebeu o anúncio que seria a mãe de Jesus e que sua prima Isabel estava grávida – disse o evangelho – foi rapidamente, não esperou, não disse: agora, eu estou grávida, tenho que cuidar de minha saúde, minha prima terá suas amigas que talvez a ajudem. Ela sentiu algo e foi rapidamente. É muito lindo pensar isto da Virgem, de nossa mãe, que vai rapidamente, porque possui isto dentro: ajudar. Vai para ajudar, não vai se vangloriar e dizer para sua prima: escuta, agora eu mando porque sou a mamãe de Deus. Não, não fez isso, foi ajudar. E a Virgem é sempre assim, é nossa mãe que sempre vem rapidamente quando nós temos necessidade. Seria bonito acrescentar às ladainhas da Virgem uma que diga assim: “Senhora que vem rapidamente, ora por nós”, porque ela vem sempre rapidamente, não se esquece de seus filhos. Quando seus filhos estão na dificuldade, têm necessidades, a invocam, ela rapidamente vem e isto nos dá uma segurança por ter a Mãe ao lado, sempre junto a nós. E na vida caminha-se melhor quando temos a mãe perto. Pensemos nesta graça da Virgem, de estar próxima de nós sem nos fazer esperar. Ela sempre está para nos ajudar. Tenhamos confiança nisto.
A Virgem também nos ajuda a entender bem a Deus, a Jesus, a entender bem a vida de Jesus, a vida de Deus, a entender bem quem é o Senhor, como é o Senhor, quem é Deus.
A vocês crianças, pergunto-lhes quem sabe quem é Deus, levante a mão. Um menino responde: “É criador da terra”.
Bom, afirma o Papa, e pergunta: e quantos deuses há? Um: o Pai, o Filho e o Espírito Santo ou são três deuses? Como se explica isto? São um ou três? Os pequenos respondem: “Um”.
E como se explica que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam um? Pergunta o Papa, e explica que são três em um. O que faz o Pai? O Pai é o princípio, que criou tudo, que nos criou.
O que faz o Filho? Pergunta Francisco. Quem sabe dizer o que faz Jesus? Jesus vem nos ensinar a Palavra de Deus, muito bom isso.
Contudo, depois, o que Jesus fez na terra? Salvou-nos. Jesus veio para dar sua vida por nós.
O Pai cria o mundo, Jesus nos salva. E o Espírito Santo, o que faz? Ama-nos, oferece-nos o amor... (O Papa faz os pequenos repetir isso)...
Esta é a vida cristã, falar com o Pai, falar com o Filho e falar com o Espírito Santo. Jesus nos salvou e na vida também caminha conosco. É verdade? Pergunta. E como caminha? O que faz Jesus quando na vida caminha conosco? Esta pergunta é difícil, afirma Francisco, quem responder vence o derby (competição de futebol entre as equipes mais importantes). Há risadas e aplausos de todos...
Os pequenos respondem: “Jesus nos ajuda, nos guia”. Muito bem, disse o Papa. Jesus caminha conosco, ajuda-nos, guia-nos. E Jesus também nos dá a força para caminhar. Sustenta-nos nas dificuldades e também nas tarefas da escola - risadas de todos -.
O Bispo de Roma pergunta como Jesus nos dá a força, isto vocês sabem. Os pequenos respondem: com a comunhão.
Com a comunhão nos dá a força – insistiu o Bispo de Roma -. Ele vem até nós. Contudo, um pedaço de pão me dá tanta força? “Não, respondem os pequenos, é o Corpo de Cristo”. Aquilo sobre o altar, pergunta o Papa, é pão ou não é pão? Parece pão, mas não é propriamente pão, é o Corpo de Jesus. Jesus vem a nosso coração. Pensemos todos nisto, o Pai nos deu a vida, Jesus nos deu a salvação, acompanha-nos, guia-nos, sustenta-nos, ensina-nos. O Espírito Santo nos ama, nos dá o amor. Pensemos em Deus assim, e peçamos à Virgem, nossa Mãe, que sempre vem rapidamente para nos ajudar, que nos ensine a entender bem como é Deus.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Papa Francisco. Um dia como pároco na periferia romana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU