Por: André | 21 Mai 2013
Uma relação de amizade e afeto. O L’Osservatore Romano publicou algumas páginas escritas pelo então cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio. Trata-se do prefácio ao livro de Jorge Milia, ‘Da idade feliz’, que reconstrói os anos (1964 e 1965) em que o agora Papa Francisco era professor de literatura e de psicologia no Instituto da Imaculada Conceição da cidade de Santa Fe: uma experiência que nunca esqueceu. Assim como seus alunos, a quem “quer muito”.
A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 19-05-2013. A tradução é do Cepat.
Nas páginas publicadas pelo L’Osservatore Romano é descrita também a história da amizade entre Bergoglio e o escritor argentino Jorge Luis Borges. Tudo nasceu pelo sério compromisso do então professor de literatura, que ensinava aos alunos do instituto clássico. Eram rapazes criativos e Bergoglio pedia a eles que escrevessem contos: “me impressionou sua capacidade narrativa. Selecionei alguns dos contos e os mostrei a Borges. Também ele ficou surpreso e nos animou a publicar os textos: além disso, quis escrever de seu próprio punho e letra o prólogo. Se poderia dizer que eram pequenos gênios? Não iria tão longe; mas estou certo, isto sim, de que eram normais”.
Da “discreta genialidade” de Borges, ao contrário, Bergoglio sempre foi um admirador: “podia falar de qualquer coisa, sem nunca ser soberbo”, teria contado a Sergio Rubín e Francesca Ambrogetti no livro-entrevista O Jesuíta. “De Borges – recorda o L’Osservatore Romano –, para além da sua distância da Igreja, lhe surpreendiam a seriedade e a dignidade com que vivia sua existência”, porque “o coração de uma pessoa só o Senhor conhece”. Borges, escreveram Rubín e Ambrogetti, “era um agnóstico, mas recitava todas as noites o Pai-nosso, porque havia prometido isso à sua mãe. E morreu assistido por um sacerdote”.
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A amizade entre Borges e Bergoglio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU