02 Mai 2013
Central sindical ligada ao PT, a CUT teve a sua festa do 1º de Maio nesta quarta-feira marcada por cobranças ao governo federal. O presidente da entidade, Vagner Freitas, chegou a falar que os sindicalistas tomarão as ruas e farão greve se temas, como a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário, não forem negociados. Por outro lado, a CUT acusou a Força Sindical de tentar enganar os trabalhadores ao propagar que a inflação está fora de controle.
A reportagem é de Sérgio Roxo e publicada pelo jornal O Globo, 02-05-2013.
"Que nos ouça bem o governo. Nós queremos ser ouvidos, mas não adianta vir para negociação pra dizer não para tudo. Tem de vir para negociação, mas tem de atender os interesses dos trabalhadores, o que está colocado na nossa pauta. Se não atender, nós vamos para rua, vamos fazer greve, enfrentamento e manifestação. Até dobrar para que atenda", discursou Freitas, diante dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e Manoel Dias (Trabalho).
O presidente da CUT lembrou que a central enviou no dia 6 de março uma pauta de reivindicações ao governo.
"A nossa pauta só foi respondida porque eu fui lá em Brasília cobrar a resposta. Esse povo que está aqui merece respeito do governo".
Para um público estimado pelo Polícia Militar entre 20 e 25 mil pessoas, Freitas ainda acusou o governo de privilegiar os empresários.
"Para os empresários, nós já tivemos várias benesses. Para os trabalhadores, está faltando o governo olhar com um olhar mais atento".
Ao falar da pauta de reivindicações, o presidente da CUT citou dois pontos polêmicos, que o governo não aceita negociar no momento: a redução da jornada de trabalho semanal para 40 horas e o fim do fator previdenciário.
"Queremos que reduza a jornada de trabalho. Por que pode desonerar a folha de pagamento e colocar recursos para o empresariado e não pode diminuir a jornada do trabalho?", questionou.
Freitas também elogiou o atual governo e criticou os anteriores. Afirmou ainda que Força Sindical faz o jogo dos banqueiros.
"Querem enganar vocês e a opinião pública do Brasil. Não há nada pior para o trabalhador do que a inflação. É verdade. Nós sabemos disso porque os governos anteriores ao Lula fizeram inflação durante 500 anos no Brasil. Agora querer vir, como hoje teve lamentavelmente no 1º de Maio de uma outra central sindical, dizer que a pauta da classe trabalhadora agora é fazer campanha para impedir a inflação, isso é entrar no jogo do banqueiro internacional. Querem que aumente a taxa de juros e demita trabalhadores para controlar a inflação".
Carvalho também falou sobre o tema:
"A presidente Dilma está zelando como uma leoa em defesa dos trabalhadores. Ela não vai permitir, como a oposição tem anunciado, que a inflação corroa o salário dos trabalhadores".
Antes, em entrevista, o ministro disse que o governo não pode aceitar a proposta de adoção de um gatilho salarial feita pelo presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, "porque não será necessário".
Manoel Dias, que assim como Paulinho é filiado ao PDT, também se disse contra o gatilho. Ele afirmou que a oposição fala sobre inflação porque "não tem assunto".
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CUT critica governo federal em evento com ministros e ameaça fazer greves - Instituto Humanitas Unisinos - IHU