25 Abril 2013
"No Brasil, uma agenda para implementar a medicina personalizada no SUS poderá ser uma alavanca de transformação e a oportunidade de o País participar ativamente da inovação e geração de riquezas nessa área estratégica global", escreve José Eduardo Krieger, professor de genética e medicina molecular do Incor da Faculdade de Medicina da USP e presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 25-04-2013.
Eis o artigo.
O sucesso da pesquisa biomédica é quase sempre associado à soma dos esforços de milhares de pesquisadores que trabalham individualmente ou em pequenos grupos. Mas isso mudou desde a descoberta da estrutura do material genético, o DNA, em meados dos anos 1950. Novos desafios foram concebidos e, no fim dos anos 1980, o aparentemente impossível foi proposto: desvendar a estrutura física do código genético humano, composto por 3 bilhões de bases armazenadas em 23 pares de cromossomos em cada uma de nossas células. Feito.
O veredicto sobre a era pós-genômica não é consensual. A medicina personalizada vem se desenvolvendo e sua importância está na viabilização do tratamento certo para o paciente certo, na hora certa e no fato de se tornar a alavanca de transformação do sistema de saúde.
A expectativa é de que a prática médica nessa era se caracterize por maior eficiência e precisão, com a identificação de indivíduos suscetíveis na população e o estabelecimento de plataformas não medicamentosas e ações que visem à promoção da saúde. Mas há desafios. Antecipar ou prever doenças sem sintomas requer treinamento dos profissionais e novas diretrizes de conduta médica.
A tecnologia de informação em saúde contribuiu para melhorar a eficiência do processo e reduzir erros médicos e custos. Na medicina personalizada, essa tecnologia será essencial para que os sistemas compartilhem e analisem dados genéticos e resultados clínicos de maneira integrada e em tempo hábil. Mas os dados demandam infraestrutura de tecnologia que hoje não existe ou é insuficiente.
No Brasil, uma agenda para implementar a medicina personalizada no SUS poderá ser uma alavanca de transformação e a oportunidade de o País participar ativamente da inovação e geração de riquezas nessa área estratégica global.
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Medicina personalizada pode mudar o Brasil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU