05 Abril 2013
Luta contra a pedofilia, a linha não muda. E se alguém pensou que, com a renúncia de Bento XVI, e antes ainda com a transferência para Malta de Dom Charles Scicluna, a Santa Sé pretendia fechar um capítulo da sua história recente, vai se decepcionar. Nessa quinta-feira, dia 04-04-2013, o Papa Francisco recebeu o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o arcebispo Gerhard Ludwig Müller, para discutir "vários assuntos" que estão na agenda do dicastério.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 05-04-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No comunicado divulgado no fim da manhã, lê-se: "O Santo Padre recomendou particularmente que a Congregação, continuando na linha desejada por Bento XVI, aja com decisão no que se refere aos casos de abusos sexuais, promovendo acima de tudo as medidas proteção dos menores, a ajuda daqueles que no passado sofreram tais violências, os devidos procedimentos com relação aos culpados, o compromisso das Conferências Episcopais na formulação e implementação das diretrizes necessárias nesse campo tão importante para o testemunho da Igreja e a sua credibilidade".
Nenhum passo atrás, nenhuma diminuição de velocidade, ao contrário. O Papa Bergoglio quis avisar que continuará a ação tomada pelo seu antecessor. Ratzinger, como se lembra, primeiro foi protagonista como cardeal da reviravolta ocorrida em 2002, com João Paulo II, quando o ex-Santo Ofício tomou sobre si a competência sobre os casos de abuso, removendo-os das dioceses, e, depois, a partir de 2005, como papa, com o endurecimento das normas e, especialmente, por exemplo, manifestando a sua proximidade para com as vítimas. Uma linha que não muda com o novo pontífice.
O papa, lê-se por fim na nota, "assegurou que, na sua atenção e na sua oração pelos sofredores, as vítimas de abuso estão presentes de modo particular". Um sinal de proximidade na linha de Bento XVI. É significativo que só esse assunto – dentre os demais assuntos na agenda para a audiência – foi citado no comunidade. É provável que Müller também tenha informado Francisco sobre o delicado dossiê sobre a Fraternidade São Pio X e o processo iniciado com o pontificado ratzingeriano em vista de um retorno à plena comunhão com Roma do grupo tradicionalista fundado por Dom Lefebvre.
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Contra o abuso de menores, a luta continua - Instituto Humanitas Unisinos - IHU