A igreja não funciona mais, é preciso que seja reformada, diz cardeal Hummes

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15 Março 2013

"Certamente, para o papa, o nome é todo esse programa. Hoje, a igreja precisa, de fato, de uma reforma em todas as suas estruturas. Organizar a vida da igreja, a Cúria Romana, de que tanto se falou e que precisa urgente e estruturalmente ser reformada, isso é pacífico entre nós. Será uma obra gigantesca. Não porque seja uma estrutura gigantesca, mas por um mundo de dificuldades que há dentro de uma estrutura como essa, que foi crescendo nos últimos séculos. Alguém disse já que a escolha do nome Francisco já é uma encíclica, não precisa nem escrever", afirma D. Cláudio Hummes, cardeal-arcebispo emérito de São Paulo e ex-prefeito da Congregação para o Clero, em entrevista concedida a Fabiano Maisonave e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 16-03-2013.

Segundo o cardeal, "não é só da Cúria (que precisa ser mudada), são muitas outras coisas: o nosso jeito de fazer missa, de fazer evangelização, essa nova evangelização precisa de novos métodos. O papa falou no encontro com os cardeais sobre novos métodos".

E o cardeal brasileiro continua: "Se falou sobretudo da Cúria Romana, que precisa ser reforçada estruturalmente. É muito grande, mas tudo isso precisa de um estudo, a gente não tem muitas coordenadas. Muitos dizem que é grande demais, que foi feito um puxadinho aqui, um puxadinho lá, mais uma sala aqui, mais uma comissão lá, mas essa aqui não tem suficiente prestígio.... Essas coisas todas que acontecem numa estrutura dessas. A igreja não funciona mais. Toda essa questão que aconteceu ultimamente mostra como ela não funciona. E depois, uma vez feito esse novo desenho, você tem de procurar as pessoas adaptadas para ocuparem esses cargos, esses serviços".

Perguntado se o fato da formação do papa Francisco ter ocorrido longe de Roma e dizer-se que não gostava de vir a Roma, contribuiu para a sua eleição, D. Cláudio responde: "Não sei se contribui para a sua escolha, mas contribui agora, que ele é papa, a ser mais independente, a ser uma visão mais objetiva. É muito diferente ver um jogo da arquibancada e ver um jogo jogando futebol".