Por: André | 08 Fevereiro 2013
Neste dia 07 de fevereiro foi aberto, em Viena, o Diálogo Teológico entre a cúpula da Comunhão de Igrejas Protestantes da Europa (CPCE) e o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (PCPUC). No centro da consulta, a primeira de uma série, está a eclesiologia. Um tema ecumenicamente espinhoso. Tanto é assim que para a Igreja católica as Igrejas protestantes são, na realidade, meras “comunidades eclesiais”.
A reportagem é de Manuel López e está publicada no sítio espanhol Protestante Digital, 06-02-2013. A tradução é do Cepat.
O Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos costuma ocupar-se com os diálogos bilaterais com as Igrejas ou denominações individuais. Mas este encontro com a Comunhão de Igrejas Protestantes da Europa supõe reunir-se como interlocutor com uma ampla comunhão de Igrejas protestantes, mais conhecida como a “Concórdia de Leunenberg”. A Comunhão de Igrejas Protestantes da Europa representa mais de 50 milhões de europeus herdeiros de Martinho Lutero, Ulrico Zwinglio, João Calvino, Pedro Valdo e John Wesley: luteranos, reformados, valdenses e metodistas unidos.
Encabeçará a delegação de representantes protestantes o bispo luterano Friedrich Weber, membro do Presidium da Comunhão de Igrejas Protestantes da Europa, ao passo que a parte católica será representada pelo cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
O que se espera desta reunião?
Em declarações à Notizie Evangeliche, a agência de notícias protestante italiana, o bispo Weber respondeu que já se via como um objetivo importante a recepção dos resultados do diálogo até agora realizado entre o Vaticano e a Federação Luterana Mundial, a Aliança Mundial de Igrejas Reformadas e a Conferência Mundial Metodista. “Trata-se de garantir os resultados obtidos até o momento”, disse Weber.
O cardeal Kasper, por sua vez, o chama “Colhendo os frutos”. “Depois vamos tratar de ver se pode haver um modelo de unidade que permita manter a diversidade confessional”, acrescentou. É o que a Comunhão de Igrejas Protestantes da Europa chama de “unidade na diversidade reconciliada”.
No entanto, o bispo luterano não oculta as dificuldades que já surgem em nível interdenominacional das próprias igrejas evangélicas, como quando se está tratando da diversidade teológica, ou quando se quer esclarecer se a comunhão da Palavra e dos sacramentos, como aconteceu na Comunhão de Igrejas Protestantes da Europa, significa na realidade que possa ser entendida como a plena unidade visível.
A este respeito disse Weber que “é impensável. Minha esperança é que podemos comparar de maneira aberta e com plena confiança isto, e chegar a um resultado que nos permita reconhecer-nos reciprocamente e com o pleno respeito como uma forma de Igrejas para todos os efeitos”.