Por: André | 06 Fevereiro 2013
A iniciativa contra a exploração petrolífera na Amazônia, lançada na plataforma Avaaz no dia 23 de janeiro, ultrapassou o milhão de assinaturas. Nesta segunda-feira, dia 04 de fevereiro, houve uma entrevista coletiva para fazer a entrega das assinaturas à imprensa. A iniciativa da Avaaz está centrada na comunidade de Sani Isla, ameaçada pela ampliação da fronteira petrolífera do Equador, imerso na XI rodada petrolífera que pretende licitar 4 milhões de hectares da Amazônia central e sul do país.
A reportagem está publicada no sítio Rebelión, 05-02-2013. A tradução é do Cepat.
Laura Rico, da plataforma Avaaz, destacou que participaram da coleta de assinaturas pessoas de 194 países, e que “a entrega das assinaturas tem um significado especial em um cenário eleitoral no qual a Amazônia deve estar presente”.
Patrício Jipa, dirigente da comunidade indígena quéchua de Sani Isla, explicou que na mesma moram 422 pessoas que se dedicam à agricultura e ao ecoturismo, atividades ameaçadas pelas atividades da companhia Petroamazonas, que está enfraquecendo o direito à consulta que a comunidade tem: “não é fácil dizer ‘não’ como comunidade pequena contra grandes empresas e ideologias que querem explorar o petróleo”.
Mónica Chiji, vice-presidente da CONFENIAE (Confederação de Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana), por sua vez, considera que caso não for detida (a 11ª rodada petrolífera) no curto prazo, passaremos a viver, em vez de na bacia amazônica, em uma bacia desértica: “o governo tem uma responsabilidade com as nacionalidades indígenas e o povo equatoriano e internacional, tem que ser mais criativo em buscar soluções alternativas”.
Por último, Alexandra Almeida, da Acción Ecológica repassou os 45 anos de exploração petrolífera no Equador, que proporcionou somente mais empobrecimento e dívida externa ao país. Uma prova da miséria proporcionada pela extração de petróleo é, para Almeida, a sentença judicial contra a Chevron-Texaco, cujo prejuízo foi de 19,5 bilhões de dólares: “por isso, é necessário opor-se para que esta atividade se transfira a outros territórios. O que vai acontecer a Sani Isla ou à Amazônia sul se passar a ser um lugar de exploração de petróleo?”, pergunta Almeida.
Na rodada de perguntas, Mónica Chiji fez referência à violação constitucional que representa o fato de explorar petróleo em áreas protegidas, razão pela qual há motivos suficientes para entrar com ações legais em tribunais internacionais contra o Estado equatoriano por não respeitar o princípio da consulta prévia.
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Assinaturas contra a exploração petrolífera na Amazônia equatoriana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU