Por: Jonas | 30 Janeiro 2013
No México, nos últimos oito anos, foram assassinados 22 sacerdotes católicos, razão pela qual, depois da Colômbia, é o segundo país mais perigoso, na América, para se exercer o sacerdócio, assegura um relatório feito pelo Vaticano.
A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 29-01-2013. A tradução é do Cepat.
Elaborado pela Agência Fides, subordinada à Congregação para a Evangelização dos Povos, o relatório detalha que nesse mesmo período foram registrados, na Colômbia, o assassinato de 25 sacerdotes católicos, três a mais do que os vitimados no México.
Segundo esta contagem, foram nos seis anos de Felipe Calderón que ocorreu a grande maioria dos crimes, já que apenas entre 2007 e 2012 foram assassinados 17 clérigos. O ano mais violento para o ministério sacerdotal foi o de 2011, que chegou a um saldo de cinco crimes.
No México, o escritório encarregado de realizar a contagem dos sacerdotes mexicanos assassinados é o Centro Católico Multimídia, pertence à congregação religiosa Sociedade de São Paulo, que periodicamente envia números atualizados à Agência Fides, em Roma, que é quem elabora um comparativo em escala mundial.
Gustavo Antonio Rangel, responsável em elaborar os relatórios do Centro Católico Multimídia, também faz um levantamento sobre ameaças de morte, sequestro e extorsões contra os sacerdotes do país, no marco da luta empreendida pelo governo mexicano contra o narcotráfico.
Em 2011, entrevistado pela revista “Proceso”, Rangel revelou que, como qualquer cidadão, os párocos mexicanos também são obrigados a pagar “cotas” ao crime organizado. “Os delinquentes, por um lado, solicitam dinheiro em troca de uma suposta proteção aos párocos. Ao mesmo tempo, a ameaça vai desde a queima do espaço sagrado, sequestro ou até o risco de executar o religioso caso não pague a ‘cota’”, disse Rangel para a revista “Proceso” (número 1798).
E destacou que, apenas em 2010, mais de mil sacerdotes foram vítimas de tentativa de extorsão, e próximo de 162 foram ameaçados de morte. Inclusive, mencionou as quantidades que o crime organizado exige: “No caso de extorsão, a quantidade alcança uma média de 10 mil pesos. Quando se trata de sequestro pode chegar até dois milhões”, revelou.
A hierarquia católica vem destacando que outro fator que deixa o ministério sacerdotal muito vulnerável é a constante denúncia que os párocos fazem contra os cartéis da droga, sobretudo por aqueles que trabalham em áreas com altos índices de insegurança.
O mais recente exemplo destas denúncias eclesiásticas contra a violência e o narcotráfico é o curta-metragem “Hermano narco”, produzido justamente pela Sociedade de São Paulo e que narra a história de uma menina que perdoa o narcotraficante que assassinou seu pai. Este filme – dirigido por Jorge Segovia –, inclusive, foi exibido na Catedral Metropolitana da Cidade do México.
O desaparecimento do sacerdote Santiago Álvarez, da diocese de Zamora, é o mais recente caso de um religioso atingido pela insegurança e pela violência presente no país. Álvarez desapareceu no último dia 27 de dezembro [2012], quando transitava com o carro entre Jacona e a comunidade de Paredones, próxima à cidade de Jiquilpan, Michoacán.
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Colômbia e México, os dois países mais perigosos para os sacerdotes na América - Instituto Humanitas Unisinos - IHU