28 Janeiro 2013
Em meados do ano passado, o convite para a Passeata LGBT de Maringá – PR – trazia a imagem da catedral da cidade atingida por um facho de luz transformado em arco-íris. A Arquidiocese de Maringá protestou e o conflito se tornou diálogo. O arcebispo de Maringá, d. Anuar Battisti, convidou participantes de vários grupos para uma reunião. Nesta entrevista por e-mail, d. Anuar fala sobre essa experiência.
A entrevista é de Luciana Nunes Leal e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-01-2013.
Eis a entrevista.
Como o episódio do convite para a Parada LGBT de Maringá refletiu no seu ponto de vista em relação à comunidade homossexual?
Tudo começou com o cartaz. Esse fato abriu um caminho de diálogo no qual prevaleceu a compreensão e o respeito. Na oportunidade foi nos solicitada uma pastoral da diversidade.
É possível que católicos gays possam viver a vida religiosa, recebendo sacramentos, indo à missa e participando das atividades das paróquias sem terem de esconder que são gays?
Todos têm direito de participar da sua comunidade religiosa, independentemente da sua orientação sexual. Nenhuma religião tem o direito de excluir. Diante do direito também temos os deveres. Por isso devemos fazer um longo caminho para acolher a todos plenamente. No caso da questão da homossexualidade, devemos acolher os que têm essa orientação, o que não significa que devemos concordar com a prática homossexual. As nossas comunidades ainda não estão preparadas para acolher essas pessoas. Uma conversão de todos nós se faz necessária, mesmo sabendo que a doutrina e as normas são para todos.
O diálogo entre Igreja e gays pode se intensificar?
Estamos longe de uma aproximação verdadeira. Algumas experiências isoladas estão acontecendo, mas não avançam como resposta efetiva.
Veja também:
Gays católicos praticantes buscam seu espaço na igreja
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“Uma conversão de todos nós se faz necessária”, diz arcebispo de Maringá - Instituto Humanitas Unisinos - IHU