Por: André | 25 Janeiro 2013
O Vaticano contra o National Geographic. Por quê? Para defender os elefantes, a doutrina social e a reputação da Igreja. O padre Federico Lombardi escreveu à famosa revista respondendo a um artigo de Oliver Payne (“Ivory Worship”) no qual se acusa a Igreja católica, e inclusive a Santa Sé, de apoiar o tráfico ilegal de marfim para a fabricação de objetos de culto.
A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 23-01-2013. A tradução é do Cepat.
“Eu tenho 70 anos – escreveu o padre Lombardi – e conheço bastante bem a Igreja católica e as autoridades que, de Roma, servem a Igreja no mundo. Nunca ouvi ou li sequer uma palavra que apoiasse o uso do marfim para os objetos devocionais”. Também indicou que “nunca houve nenhum motivo para pensar que o valor de uma devoção religiosa estivesse relacionado ao valor do material das imagens que utiliza. Não há, muito menos, nenhuma organização promovida ou apoiada pelas autoridades da Igreja para comercializar ou importar marfim. Na Cidade do Vaticano não há nenhuma loja que venda objetos de marfim aos fiéis ou aos peregrinos”.
“Estamos absolutamente convencidos de que o massacre de elefantes é um fato gravíssimo – continuou Lombardi –, contra o que é justo que se comprometam todos os que podem fazer algo”. Depois, o diretor da Sala de Imprensa vaticana recordou o papel diplomático da Santa Sé e as dinâmicas do tráfico internacional de marfim, observando que “não é possível pensar que o ‘Vaticano’ disponha de instrumentos fortes e eficazes para contrapor-se ao massacre dos elefantes para reduzir o comércio ilegal de marfim”. Além disso, a carta ao National Geographic recorda que “o Compêndio da Doutrina Social da Igreja trata amplamente, com todo o capítulo X (intitulado “Salvaguardar o ambiente”), da defesa das espécies vivas e da biodiversidade”.
Mas, de qualquer maneira, esclareceu Lombardi, as condenações morais e os convites para proteger “as espécies animais em risco de extinção pela violência e a agressividade humanas, exercidas por diferentes motivos (sobretudo por interesses econômicos, mas também por comportamentos irracionais), são muitas” em todo o mundo. “As autoridades eclesiásticas que servem a Igreja em nível universal – concluiu Lombardi – não podem multiplicar declarações de caráter particular para todos os casos específicos, relacionados às diferentes regiões do mundo [...] Em alguns países, sobretudo da África, trata-se de elefantes, em outros de baleias ou tubarões brancos...”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O Vaticano defende os elefantes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU