23 Janeiro 2013
O jornal The Guardian publicou um artigo sobre as propriedades vaticanas na Grã-Bretanha. Para Lombardi, "são coisas conhecidas há 80 anos".
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 22-01-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O jornal britânico The Guardian publicou nessa terça-feira um longo artigo sobre as valiosas propriedades imobiliárias londrinas que têm relação com o Vaticano. Da loja Bulgari na New Bond Street a um edifício na elegantíssima zona da St. James Square, na esquina com Pall Mall. Propriedades de preço altíssimo em Londres, das quais não é tão simples rastrear o verdadeiro proprietário, já que os referentes identificados – ao pedido do jornal de divulgar a identidade de quem possui os imóveis – se entrincheiraram atrás da faculdade de manter essas informações confidenciais.
O Guardian, depois de citar outros imóveis desse tipo em Paris, conta como esse patrimônio foi construído utilizando os milhões de liras (cerca de 65 milhões de euros no valor atual) que o governo Mussolini pagou à Santa Sé depois dos Pactos Lateranenses de 1929, como ressarcimento pelas propriedades confiscadas do papa pelo Estado italiano nos 59 anos anteriores.
Graças a esses fundos, investidos por quem se ocupava à época das finanças do outro lado do Tibre, o Vaticano agora possui, segundo o cálculo do Guardian, com um portfólio de 500 milhões de libras, cerca de 650 milhões de euros.
O padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, comentou: "Estou estupefato com o artigo do Guardian. Parece-me vir de alguém que está entre os asteroides. São coisas conhecidas há 80 anos. Não foi revelado nada que não se soubesse".
Lombardi conselhou a todos a leitura do livrinho do decano dos vaticanistas italianos, Benny Lai (o único que possui uma credencial na Sala de Imprensa vaticana assinada pelo então substituto da Secretaria de Estado, Giovanni Battista Montini, o futuro Paulo VI).
Lai, autor de diversos livros sobre o assunto, publicou no ano passado um livro intitulado Finanze vaticane [Finanças vaticanas]. "Uma divulgação de nível popular", que Lombardi tinha nas mãos enquanto comentava com os jornalistas o artigo do Guardian.
O porta-voz concluiu: "Que a Apsa, isto é, a Administração dos Patrimônio da Sé Apostólica tem uma seção extraordinária também está escrito na lista telefônica do Vaticano". Trata-se da seção que administra esse patrimônio imobiliário do qual provém a receita que permite que a Santa Sé mantenha as suas estruturas e os seus escritórios.
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Os preciosos imóveis do Vaticano em Londres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU