Olívio Dutra diz ao vivo para Genoíno que ele deveria renunciar a mandato

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Por: Cesar Sanson | 08 Janeiro 2013

Em entrevista nesta segunda-feira (07) ao programa Esfera Pública da Rádio Guaíba, o ex-governador Olívio Dutra não poupou palavras ao avaliar o desgaste para o Partido dos Trabalhadores (PT) com a Ação Penal 470, o chamado mensalão. Ele disse que alertou o ex-presidente Lula sobre o preço que o partido iria pagar “por estar cercado de maus companheiros” e que o Ministério das Cidades na gestão lulista foi usado como partilha pela maioria no Congresso.

A reportagem é do sítio sul21, 07-01-2013. Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Para Olívio Dutra, o mensalão foi um erro das pessoas que o cometeram, mas o partido tem sua parcela de responsabilidade em admitir que outras figuras utilizassem dinheiro público para interesses individuais. “Nem (José) Genoíno nem (José) Dirceu tiraram dinheiro pra si, mas possibilitaram que outras figuras usassem o dinheiro público para negociatas e outras práticas que mancham a atividade política. O PT está tendo que se explicar sobre práticas que os inimigos costumavam se explicar”, considerou.

Sem saber que seria colocado ao vivo junto com o deputado federal recém condenado e empossado na Câmara Federal, Olívio Dutra teve que enfrentar a saia justa de repetir declaração dada por ele sobre a necessidade de renúncia do mandato por parte de Genoíno.  “Eu acho que tu deverias pensar na tua biografia, na trajetória que tem dentro do partido. Eu acho que tu deverias renunciar. Mas é a minha opinião pessoal, a decisão é tua. Não tenho porque furungar nisso”, falou.

Genoíno respeitou a tradição do ex-governador gaúcho no PT e na política do país, mas respondeu que está com a consciência limpa sobre sua inocência. “Não contrariei norma sobre a conceituação do que é crime. Fiz escolhas políticas. Não podemos misturar isso com crime. Não fiz prática criminosa enquanto fui presidente do PT. Os dois empréstimos que avalizei estavam registrados no TRE e foram respondidos judicialmente pelo partido. Em relação ao julgamento do STF eu respeito, mas não tem nada definitivo. Quando elas forem, eu as cumprirei, mesmo que eu discorde. Isto faz parte da democracia”, falou.

Olívio disse que o programa foi uma oportunidade dele reiterar suas opiniões sobre o PT e a necessidade de uma profunda reflexão sobre os impactos de longo prazo que acredita ter na vida do partido este julgamento. “Ficar criticando a extrema corte não vai mudar a ética da política e o respeito pela coisa pública. O PT não inventou o mensalão, que é uma prática de muitos anos no país. Mas as instâncias partidárias não estavam suficientemente azeitadas e foram atropeladas por estas pessoas que, mesmo ocupando importantes instâncias e tendo biografias constituídas fizeram práticas do toma-lá-dá-cá para garantir governabilidade”, considerou.