04 Janeiro 2013
A missa que era celebrada a cada duas semanas no bairro de Soho, em Londres, "reservada" a homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais, não será mais realizada. O anúncio foi feito por Vincent Nichols, arcebispo de Westminster. A missa havia causado perplexidade em nível pastoral e teológico, e provocou os protestos de muitos católicos londrinos, que haviam escrito repetidamente a Roma. O novo prefeito da Congregação para a Fé, Gerhard Ludwig Müller, decidiu enfrentar o problema.
A reportagem é de Marco Tosatti, publicada no sítio Vatican Insider, 02-01-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
E, evidentemente, algo aconteceu. A missa era realizada em Warwick Street, na Igreja de Nossa Senhora da Assunção. O cancelamento, que pode ser interpretado como uma resposta aos protestos, chega, por outro lado, no momento em que a Igreja Católica, juntamente com outras confissões cristãs e não cristãs, está fortemente empenhada em combater o projeto do líder conservador Cameron que tende a redesenhar, com a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a imagem da família.
A diocese de Westminster, em uma declaração, afirma que, embora a celebração da liturgia reservada particularmente aos homossexuais irá cessar, "o cuidado pastoral da comunidade continuará", na igreja Jesuit Farm, em Mayfair, centro de Londres, na noite de domingo.
O arcebispo Nichols publicou uma declaração sua no site do jornal Catholic Herald, lembrando que "o uso correto da nossa faculdade sexual é dentro do matrimônio, entre um homem e uma mulher, aberto à procriação e ao cuidado de uma nova vida humana". A doutrina católica pede que as pessoas com orientação homossexual levem uma vida casta. A celebração da missa levantava protestos, apesar das garantias de que esse ensinamento não seria posto em discussão.
A tradição da missa quinzenal durava seis anos. Nichols afirmou: "Por muitos anos, a diocese de Westminster procurou estender o cuidado pastoral da Igreja àqueles que vivem uma atração pelo mesmo sexo. Essa atenção foi motivada pela consciência das dificuldades e do isolamento que eles podem experimentar e pelo imperativo de Cristo de amar a todos".
Agora, disse Nichols, depois de seis anos, "havia amadurecido uma nova fase". E nesses seis anos "a situação das pessoas com atração pelo mesmo sexo mudou tanto socialmente, quanto na lei civil. No entanto, os princípios do cuidado pastoral oferecidos pela Igreja e o ensinamento da Igreja sobre a moral sexual não mudaram".
O objetivo da iniciativa era permitir que as pessoas homossexuais entrassem mais plenamente na vida da Igreja. E, agora, o arcebispo pede que "o grupo que, nos últimos anos, ajudou a organizar a celebração da missa dois domingos por mês concentre seus esforços para fornecer o cuidado pastoral a essas pessoas", mas sem a organização de uma missa especial reservada a eles.
A igreja de Nossa Senhora da Assunção será confiada ao Ordinariato de Nossa Senhora de Walsingham, que reúne fiéis e sacerdotes de tradição anglicana que entraram em comunhão com Roma.
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Reino Unido: arcebispo cancela as ''missas gay'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU