Amazon começa a operar no Brasil e esquenta disputa dos livros digitais

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

08 Dezembro 2012

A americana Amazon começou ontem a operar no Brasil, após meses de especulações. Mas, diferente da estreia na Europa, no Japão e no Canadá - regiões em que o site começou vendendo produtos de várias categorias -, a unidade brasileira optou apenas pela venda de livros digitais (e-books). Estão disponíveis no acervo brasileiro da companhia 1,4 milhão de e-books em vários idiomas, entre eles 13 mil títulos em português.

A reportagem é de Nayara Fraga e Lílian Cunha e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 06-12-2012.

Além da loja de livros digitais, a Amazon indicou que venderá a versão mais simples do seu leitor digital (e-reader) Kindle por R$ 299. O aparelho custa US$ 69 nos Estados Unidos. Ele pode ser segurado com uma mão só e tem tecnologia "e-ink", que faz a tela ficar parecida com a folha de papel.

Alexandre Szapiro, que comandava a Apple no Brasil e agora é o vice-presidente do Kindle no Brasil, diz que o dispositivo é melhor para a leitura do que tablet. "Quando você deita e vai ler um livro num tablet, o que você faz? Geralmente as pessoas põem um travesseiro ou almofada para o aparelho ficar em pé", disse, ressaltando a facilidade de uso do Kindle, que pesa apenas 170 gramas.

O Kindle que chega ao Brasil, de 6 polegadas, não é sensível ao toque e tem de ser manuseado por botões abaixo da tela e nas laterais, o que parece complicado para os já habituados a passar uma página na tela com os dedos. A empresa tem outros modelos com touchscreen, como o Kindle Touch e o Kindle Paperwhite (com lâmpada embutida para leitura noturna), e também os tablets Kindle Fire. Mas ainda não há previsão para a venda dos aparelhos no País.

A Amazon chega ao Brasil ao lado de concorrentes internacionais de peso. Na mesma hora em que a empresa colocava no ar o site amazon.com.br (à zero hora de quinta-feira), o Google inaugurava as seções de livros e filmes em sua loja de aplicativos no Android, plataforma predominante no mercado de smartphones brasileiro. Além disso, na noite de quarta-feira, a Livraria Cultura deu início às vendas do Kobo, o e-reader da empresa japonesa Rakuten.

"Foi uma coincidência absoluta. Esse não é o tipo de coisa que você planeja em 24 horas", disse o vice-presidente global do Kindle, David Naggar. Analistas do mercado editorial avaliam, no entanto, que há indícios de que a Amazon tenha adiantado o lançamento. Apesar de o preço do Kindle ter sido revelado, o aparelho ainda não pode ser comprado no site e a empresa não diz se ou quando ele estará à venda em lojas físicas.

Para Eduardo Melo, diretor executivo da Simplíssimo, empresa especializada em e-books, o lançamento da Amazon não teve o mesmo impacto que as estreias em outros países. "Foi um lançamento chocho. Parece que, quando foi marcada a data para o Kobo, os outros disseram: amanhã eu vou."

Concorrência

"Esse lançamento, que não é lançamento, na verdade só ajudou a gente", afirmou Sérgio Herz, presidente da Livraria Cultura. A empresa começou a vender o Kobo pela internet no dia 27 de novembro e anteontem nas 17 lojas físicas da rede. "Ficamos surpresos com a demanda e com o fato de termos vendido para todos os Estados, mas não podemos divulgar números", disse. O Kobo custa R$ 399 e tem 30 mil títulos compatíveis. Doze mil estão em português.

O consultor editorial e dono de um site sobre o mercado editorial, Carlo Carrenho, afirma que, nesse novo mercado, a Amazon tende a ser a mais bem-sucedida. "A Amazon não entra para ficar em segundo lugar em nenhum mercado. Ela tem capacidade técnica e tecnológico para ter uma posição predominante."

Além de Kobo, Google e Amazon, o mercados de livros digitais no Brasil recebeu recentemente o iBooks, loja da Apple. Os livros vendidos nesses ambientes costumam ser, em média, 30% mais baratos que os livros físicos. Isso porque as editoras não têm custo com impressão, corte de papel ou armazenamento das obras.

Os e-books da Amazon podem ser comprados no site da empresa ou dentro do aplicativo Kindle, que está presente - agora em português - no Google Play, do Android, e nos aparelhos da Apple. Os livros comprados no Kindle podem ser lidos também em smartphones e tablets Android, iPod Touch, iPhone, PCs, Macs, iPad e tablet com Windows 8.