Por: Jonas | 24 Novembro 2012
Quatro entre os detidos pela matança de junho no Paraguai, que desembocou num golpe institucional contra o então presidente Fernando Lugo, e que estão em greve de fome, foram ontem (22/11) transferidos para um hospital. Os manifestantes que faziam uma vigília em frente à promotoria foram violentamente dispersados.
A reportagem é publicada no jornal Página/12, 23-11-2012. A tradução é do Cepat.
Os internados são Luis Olmedo, Lucía Agüero, Alcides Ramírez e Juan Carlos Tillería, que tiveram o estado de saúde agravado devido aos jejuns que realizam como parte de um protesto, iniciado há 58 dias, para exigir sua libertação. Os detidos foram transferidos da localidade de Coronel Oviedo, na região central do país, onde estavam reclusos, para o hospital da cidade de Itauguá, 35 quilômetros ao leste da capital.
O diretor-médico do hospital de Itauguá, Mauricio Ortiz, disse em declarações aos jornalistas que as visitas para os novos pacientes foram restringidas, com o intuito de evitar possíveis infecções, uma vez que apresentam uma diminuição de suas defesas imunológicas. O médico salientou que Agüero se encontra em estado delicado, já que resiste consumir líquidos, o que pode agravar sua situação nos próximos dias.
Os detidos exigem sua libertação e o desligamento do processo que se estende a um total de quinze camponeses, detidos após uma operação policial de despejo de “sem terras”, numa propriedade em Curuguaty, ocorrida no último dia 16 de junho, em que morreram seis policiais e onze camponeses. Os camponeses são acusados de homicídio doloso, lesão grave e associação criminal, entre outras responsabilidades. A promotoria, em seu relatório após a investigação, sustentou que os policiais “caíram numa emboscada, preparada e planejada previamente por ocupantes armados”, em Curuguaty.
Representantes de grupos civis e sociais, que há dias realizavam uma vigília na sede da promotoria, em Assunção, para acompanhar a reivindicação dos detidos, foram violentamente dispersados pela polícia. O ministro do Interior, Carmelo Caballero, adiantou que as denúncias dessa ação policial serão analisadas, e deixou claro que o governo não aceitará comportamentos contrários à lei e normas estabelecidas pela Polícia Nacional. O ministro destacou que a ação ocorreu devido à “perturbação da ordem pública” e a promotoria defendeu a medida, que se baseia na lei que proíbe concentrações com mais de doze horas seguidas. Na coletiva, junto com Caballero, também estava o titular da Secretaria de Informação e Comunicação, Gustavo Köhn; a ministra de Justiça e Trabalho, María Lorena Segovia; o subcomandante da polícia, Carlos Altemburger; o vice-ministro de Justiça, Carlos María Aquino e o promotor Emilio Fuster, responsável pelo procedimento.
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Presos pelo confronto de Curuguaty são hospitalizados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU