Por: Jonas | 07 Novembro 2012
A Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), do presidente Daniel Ortega esmagou a oposição nas eleições municipais realizadas no domingo. Desta forma, ratificou um poder exercido sem aliados e já esboçado nas eleições presidenciais e legislativas de 2011. Com algumas eleições marcadas por elevados números de abstenção, a FSLN conquistou o controle de 134 das 153 prefeituras do país, 25 a mais do que anteriormente. Há um ano, Ortega tinha dado outro passo para a hegemonia, após ser reeleito com 60% dos votos, obtendo assim o controle de dois terços do legislativo, ganhando 62 das 92 cadeiras do Parlamento.
A reportagem é publicada no jornal Página/12, 06-11-2012. A tradução é do Cepat.
A FSLN conservou Manágua, que governa há doze anos, e venceu em municípios que historicamente foram feudos da direita, alguns deles cenário da guerra travada nos anos 1980 entre os “Contras”, financiados pelos Estados Unidos, e os sandinistas.
O direitista Partido Liberal Independente (PLI) conseguiu 16% dos votos, em nível nacional, e se dava como a segunda força, enquanto que num distante terceiro lugar ficou o Partido Liberal Constitucionalista (PLC), do ex-presidente Arnoldo Alemán. O titular do grupo cívico Ética e Transparência (EyT), Roberto Courtney, estimou que houve um enorme retrocesso em matéria de participação porque não existiram condições para que cidadãos adversos ao governo votassem. Reconheceu, ainda, que houve ampla participação de sandinistas, Courtney advertiu ao governo sobre a pouca conveniência em vencer processos manipulados. O comparecimento às urnas foi de 57%, de acordo com dados fornecidos pelo presidente do Tribunal Eleitoral, Roberto Rivas.
Os Estados Unidos, por sua parte, demonstraram preocupação diante do que considerou falta de transparência nas eleições municipais. “As eleições não conseguiram demonstrar um grau de transparência que garantiria aos nicaraguenses e à comunidade internacional que o processo reflete adequadamente a vontade do povo”, assegurou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado. Entre as irregularidades observadas durante o dia da eleição, incluem-se cidadãos que tiveram o direito ao voto negado, a confidencialidade e casos de eleitores que votaram várias vezes, detalhou o comunicado.
Entretanto, a missão da Organização de Estados Americanos (OEA), que supervisionou as eleições, ressaltou o ambiente de civismo nessas eleições, embora também tenha feito uma série de recomendações para aperfeiçoar o sistema eleitoral. O chefe da missão de acompanhamento da OEA, o mexicano Lázaro Cárdenas Batel, ressaltou que os nicaraguenses puderam exercer seu direito ao voto de maneira pacífica. A missão da OEA, integrada por 26 especialistas, visitou 11 das 17 províncias desse país para observar os preparativos do dia das eleições.
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Sandinistas conquistam vitória esmagadora nas eleições municipais da Nicarágua - Instituto Humanitas Unisinos - IHU