25 Outubro 2012
A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a prorrogação da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos até 31 de dezembro. A medida venceria no dia 31 deste mês. O anúncio foi feito durante cerimônia de abertura do 27º Salão Internacional do Automóvel em São Paulo, que reúne 500 veículos de 49 marcas.
"Vim aqui anunciar que vamos prorrogar a redução do IPI até 31 de dezembro de 2012", disse a presidente em discurso durante o evento que reuniu representantes do setor automotivo no Parque Anhembi.
A reportagem é de Fernando Taquari, Lucas Marchesini e Gabriel Caprioli e publicada pelo jornal Valor, 25-10-2012.
Durante o discurso, a presidente enfatizou a necessidade de o Brasil fabricar veículos e não importá-los. "O Brasil não pode abrir mão de produzir veículos aqui", disse. Ela relatou que 19 fabricantes já aderiram ao novo regime automotivo brasileiro, o Inovar-Auto. "Nós sabemos que as metas do novo regime automotivo são factíveis e realistas."
Para Dilma, o Brasil é grande produtor de commodities, "mas tem que ser capaz de agregar valor". Ela disse ainda que o país tem um mercado vigoroso, em parte pelos programas de distribuição de renda, enquanto a classe média está sendo "destruída" nos países europeus.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a prorrogação do IPI reduzido para os automóveis até o fim do ano foi adotada para manter os investimentos e o empregos no setor. Mantega disse que a medida foi adotada para que as vendas do setor continuem crescendo e atraindo investimentos. "Os estoques estão normalizados, isso significa que a indústria tem que aumentar a produção com investimento. O Brasil está atraindo investimentos de outros países, enquanto o resto do mundo fecha as portas."
De acordo com Mantega, a prorrogação também será um fator de contenção da inflação. "Sempre que pudermos agir para baixar a inflação, faremos, como foi feito há dois meses", afirmou. Mantega destacou ainda que o governo espera que os preços dos veículos "continuem baixos".
A renúncia fiscal, segundo o ministro, será de cerca de R$ 800 milhões em novembro e dezembro - mesmo valor previsto para setembro e outubro. Mantega ressaltou, porém, que a desoneração não prejudica a arrecadação, uma vez que a continuidade no ritmo de vendas deve compensar a perda do IPI por meio de outras receitas, como PIS/Cofins e ICMS para os Estados.
O ministro disse também que essa é, "provavelmente" a última prorrogação do benefício.
A Anfavea, que representa as montadoras instaladas no Brasil, reiterou a expectativa de alta de 5% nas vendas de veículos em 2012, após a decisão do governo de manter o IPI reduzido até o fim do ano. A projeção é de um mercado de 3,8 milhões de veículos, colocando na conta os emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Segundo o presidente da entidade, Cledorvino Belini, a média diária de vendas saltou de 12 mil veículos para 16,3 mil unidades desde o início dos benefícios em maio. Citando números coletados até ontem, Belini disse que as vendas no ano já somam 3,22 milhões de veículos, alta de 5% sobre o mesmo período de 2011.
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Para manter investimentos, IPI reduzido de carro é prorrogado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU