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15 Outubro 2012

A Igreja na tempestade, o pecado e o joio. "Às vezes pensamos: o Senhor dorme...". Às 21 horas, Bento XVI se assoma à janela do apartamento. Passaram-se 50 anos desde que João XXIII, no primeiro dia do Concílio, pronunciou o famoso discurso da lua: "Façam uma carícia em seus filhos...", e, no fim, ele também saúda (quase) do mesmo modo: "Ouso fazer minhas as suas palavras", sorri, e diz: "Vão para casa, deem um beijo nas crianças e digam que é do papa".

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 12-10-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Mas a saudação de Ratzinger à luz das velas dos 40 mil presentes, assim como em 1962, não é circunstancial. "Eu também estava na praça com o olhar para esta janela, éramos felizes e cheios de entusiasmo, seguros de que devia vir uma nova primavera, um novo Pentecostes. Ainda hoje estamos felizes, mas com uma alegria mais sóbria, humilde".

E faz referência aos escândalos e ao mal na Igreja: "Nesses 50 anos, experimentamos que o pecado original existe e se traduz em pecados pessoais que podem se tornar estruturas de pecado, que no campo do Senhor também sempre há joio, que na rede de Pedro também se encontram peixes ruins, que o barco da Igreja também está navegando com o contrário na tempestade". Como os discípulos no Evangelho, "às vezes pensamos: o Senhor dorme e se esqueceu de nós".

De manhã, o papa falara da "desertificação espiritual dessas décadas", convidando a voltar "à letra" do Concílio e anunciar o Evangelho. Porque "o Senhor está aí e não se esquece de nós", concluiu de noite, "e dá calor aos carismas de bondade que iluminam o mundo: Cristo está conosco e nós podemos ser felizes também hoje".