Uma destituição fulminante. Ou, em linguagem eclesiástica, "aceitação da renúncia" imediata. Bento XVI nomeou nessa terça-feira um Administrador Apostóloco para a diocese de Iquique (Chile), após a renúncia apresentada por Marco Antonio Órdenes, que está sendo investigado por abuso sexual.

A informação é de Religión Digital, 09-10-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A Conferência Episcopal do Chile informou nessa terça-feira que o Papa Bento XVI aceitou a renúncia ao governo pastoral da diocese de Iquique, apresentada pelo bispo dessa cidade, Marco Antonio Órdenes Fernández, que enfrenta uma investigação eclesiástica por abuso sexual.

A Nunciatura Apostólica comunicou ainda que, a partir da mesma data, Dom Pablo Lizama Riquelme, arcebispo de Antofagasta, foi nomeado Administrador Apostólico "sede vacante" da diocese de Iquique, com poderes de bispo diocesano.

Na noite dessa segunda-feira, Órdenes participou de uma coletiva de imprensa em que explicou, "não sem dor", a sua determinação de renunciar. "Eu tomei a decisão de renunciar ao bispado de Iquique, de forma que isso, que me afeta muito, não prejudique o resto da comunidade".

Ele também disse esperar "o juízo de Deus", perante o qual disse se sentir "tranquilo e em paz". Ele acrescentou que, perante o "juízo do mundo, não é fácil se defender".

O prelado que renunciou está sendo investigado pela denúncia de Rodrigo Pino, que acusou Órdenes de abusos que ocorreram a partir de 1997, quando ele tinha 15 anos. Ele também revelou que o religioso lhe entregou dinheiro no período em que ambos mantiveram relações íntimas.