Por: Cesar Sanson | 27 Setembro 2012
O Ministério de Minas e Energia colocou em audiência pública a versão preliminar do Plano de Expansão Decenal de Energia de 2021. O plano, que é atualizado anualmente e que prevê os rumos energéticos do Brasil para os próximos dez anos, apresenta avanços em relação às edições anteriores, mas mantém outros tantos retrocessos.
A reportagem é de Marina Yamaoka no sítio do Greenpeace, 26-09-2012.
Os já elevados investimentos previstos para petróleo e gás natural aumentaram e a previsão é de que totalizem R$749 bilhões nos próximos dez anos, sendo que eram de 686 bilhões no PDE anterior. Elevar os investimentos em combustíveis fósseis equivale a aumentar sua queima, uma das responsáveis pelas emissões de gases estufa que causam as mudanças climáticas. Pelo menos, os investimentos previstos para termelétricas fósseis e nucleares até 2021 foi reduzido de R$ 24,7 bilhões para R$22,9 bilhões também foi um anúncio positivo.
As hidrelétricas, por outro lado, tem seus planos de expansão mantidos. A previsão é de que metade da expansão da matriz elétrica venha dessas usinas e, apesar da diminuição da quantidade de hidrelétricas em relação ao que foi previsto no ano passado, devem crescer 57% em dez anos.
A nova versão aumenta a participação de novas energias renováveis (eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas) na matriz elétrica em 2021 para 19,8% (contra 15,9% na edição anterior) e o aumento dos investimentos nas mesmas de 62,1 para R$82,1 bilhões. São duas notícias positivas para etsas fontes renováveis, mas, como se pode perceber, nada foi dito ou previsto sobre a geração solar fotovoltaica.
O estudo foi inconclusivo sobre o futuro da energia nuclear no Brasil; Angra 3 seria a única usina com construção prevista até 2021, mas isto não significa necessariamente que os planos nucleares tenham sido interrompidos. Há menções sobre a prospecção de locais que poderiam receber novas usinas na próxima década.
Por fim, a ambição da redução do consumo como consequência da implementação de medidas de eficiência energética ainda é baixa - 5,9% até 2021- e poderia melhorar. Lembramos que o setor residencial já mostrou no passado que é capaz de reduzir seu consumo com mudanças de hábitos e uso de equipamentos mais eficientes.
De forma geral, a edição atual do Plano de Expansão Decenal de Energia 2012-2021 avançou em relação a versão anterior, mas ainda segue com algumas previsões negativas para o meio ambiente e para a sociedade. Uma análise detalhada do plano deve ser publicada em nosso site até o final da semana.
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Que energia queremos nos próximos dez anos? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU