18 Setembro 2012
O primeiro tiro partiu de arma de fogo para matar o líder sem terra Avelino Espínola no massacre de Curuguaty, que resultou na morte de 17 camponeses e policiais em 15 de junho passado. A chacina foi usada para a destituição do presidente Fernando Lugo, uma semana depois.
A informação é publicada pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 17-09-2012.
A conclusão consta em relatório preliminar preparado por missão internacional que se instalou, de 5 a 9 de setembro, em Curuguaty para ouvir testemunhas da chacina e apurar responsabilidades. O relatório será encaminhado à Organização das Nações Unidas e à Organização de Estados Americanos.
A representante da organização de mulheres Conamuri, que integrou a comitiva internacional, anunciou, em coletiva de imprensa na segunda-feira, 10, os fatos que levantaram na localidade.
"Diante da maciça presença de policiais e dos primeiros disparos, muitas pessoas fugiram do local para salvar suas vidas, escondendo-se", lê-se no relatório. Mais adiante, o documento destaca que os camponeses foram cercados em duas frentes, uma pela rota 10 e outra pela estância "La Paraguaya", de propriedade de um brasileiro, de onde decolou o helicóptero.
Sem indícios de provas, 54 camponeses foram indiciados judicialmente, acusados de cometerem sete crimes. Da lista de indiciados constam inclusive pessoas que sequer estavam no local da chacina.
Integraram a comitiva internacional representantes da Via Campesina, do Grupo de Investigação em Direitos e Sustentabilidade da Cátedra Unesco da Universidade Politécnica da Catalunha, da Rádio Mundo Real, e de organizações paraguaias.
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Paraguai. Comissão internacional constata que polícia atirou primeiro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU