Por: André | 09 Agosto 2012
Sem fazer uma autocrítica, o presidente colombiano assinalou que equipará melhor as Forças Armadas e a polícia na luta anti-insurgente. As pesquisas assinalam que tem uma popularidade de 41%, a metade de quando assumiu a presidência.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 08-08-2012. A tradução é do Cepat.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, adiantou que reforçará o trabalho das forças militares com armamento e tecnologia. O anúncio foi feito durante um discurso ao completar dois anos de seu governo. Em um ato pela celebração dos 193 anos da Batalha de Coyacá, que consolidou a independência do país da coroa espanhola, o presidente fez uma veemente defesa dos resultados na luta contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e as quadrilhas, e indicou que não vai descansar até que a população se sinta tranquila em suas casas, nas ruas e nos parques. “Estamos firmes na batalha pela segurança, e não vamos esmorecer nem baixar a guarda um só milímetro em nossa luta contra os violentos”, disse.
“Hoje, as guerrilhas seguem sendo uma ameaça que estamos enfrentando, mas estão cada vez mais acuadas”, disse Santos, que chega à metade de seu mandato com uma popularidade de 41%, a metade do que tinha há dois anos. Santos reconheceu que nos primeiros seis meses deste ano 70% dos atos terroristas ocorreram em 37 municípios dos mais de 1.100 que o país tem. Assim mesmo detalhou que neste momento se encontram seriamente debilitadas outras 10 frentes, duas colunas móveis e uma companhia, e que durante o seu governo morreram 14 líderes da frente ou da coluna móvel das FARC, e que aumentaram as capturas de membros dessa organização em 76%. Ao recordar que no primeiro semestre de 2012 foram desmobilizados 577 guerrilheiros de diferentes grupos, Santos convocou as FARC para que “deixem sua luta insensata e adiram ao programa de reintegração. Suas famílias e a sociedade os esperam”, convidou.
Por outro lado, o ex-ministro da Defesa recalcou que resultados similares foram obtidos na luta contra as quadrilhas criminosas (Bacrim), “cujos líderes estão hoje, praticamente todos, na prisão ou na cova”, embora não tenha entrado em detalhes a esse respeito. Apoiado em números, Santos disse que não deixará “que nada nem ninguém questione nem a nossa vontade nem os nossos resultados”, ao destacar o trabalho abnegado da força pública, para a qual pediu a gratidão do país.
Por isso anunciou que dotará o Exército com mais helicópteros Black Hawk, equipamentos de combate noturno e para ação antiminas e com veículos blindados para o transporte de tropas. À Marinha, por sua vez, serão entregues lanchas para patrulhas e botes para operações fluviais, lanchas rápidas para guarda-costas e a manutenção e modernização das fragatas e submarinos. As Forças Aéreas, por sua vez, receberão mais aviões para transportar tropas, sistemas de aeronaves tripuladas por controle remoto, armamento para os helicópteros, e procederá a uma modernização dos aviões K-fir. Enquanto que para a polícia prometeu continuar fortalecendo as plataformas de inteligência e suas capacidades de mobilidade, inclusive a aquisição de helicópteros.
O presidente colombiano insistiu em que, junto com a questão da segurança, também se está ganhando a batalha contra a pobreza. Santos disse que graças à segurança oferecida pelo país, a economia colombiana cresce acima da média mundial. E indicou que, com dados preliminares, neste ano de 2012 os investimentos estrangeiros já ultrapassaram os 10 bilhões de dólares. Também ressaltou as conquistas na geração de empregos e disse que nos últimos dois anos foram criados dois milhões de postos de trabalho, enquanto “as grandes economias constatam com angústia como diminui” o trabalho. Recordou também que a educação básica e média é gratuita e assinalou que serão construídas 100.000 moradias que serão entregues aos menos favorecidos de forma gratuita. Apesar das conquistas destacadas, Santos reconheceu: “Não conquistamos tudo. Evidentemente que não alcançamos tudo. Mas estamos no caminho para resolver incontáveis desafios”.
Contudo, afirmou que “ninguém pode desconhecer o muito que viemos avançando, como uma sociedade democrática e progressista”. Embora o presidente não tenha se referido a uma eventual reeleição, as pesquisas parecem desfavorecê-lo. Segundo uma pesquisa publicada na terça-feira, 51% dos colombianos disseram ser contrários a um eventual segundo mandato de Santos, contra 41% que o apoiariam. Santos foi eleito em 2010 pelo Partido Social da Unidade Nacional por ele fundado em 2004 para promover a reeleição em 2006 de Álvaro Uribe.
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Santos aprova sua gestão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU