Uribe desafia Santos e lança novo movimento político na Colômbia

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12 Julho 2012

Após passar meses criticando abertamente Juan Manuel Santos, seu sucessor na Presidência da Colômbia, o ex-presidente Álvaro Uribe deu um passo adiante no seu processo de retorno à política do país. Na semana passada, ele lançou o movimento Frente Contra o Terrorismo ao lado de partidários em Bogotá, capital colombiana.

A reportagem é de Rafael Duque e publicada no Opera Mundi, 10-07-2012.

Segundo os participantes do evento, o movimento não possui nenhum caráter político. Entretanto, Uribe manifestou sua vontade de lançar candidatos para as eleições legislativas e presidenciais de 2014 pela frente antiterrorismo. Ele afirmou que convidará pessoas “para participar da elaboração de plataformas [políticas], lançar pré-candidaturas e apoiar um grande candidato”.

O grande candidato a que se refere é o seu antigo ministro do Interior, Fernando Lodoño, que também foi citado como exemplo da deterioração da segurança no país sob o governo de Santos. Lodoño sofreu um atentado no último dia 15 de maio na capital colombiana em plena luz do dia.

O lançamento do movimento demonstra a guerra cada vez mais aberta entre Uribe e Santos, seu antigo ministro da Defesa. Após assumir a Presidência da Colômbia, o ex-apadrinhado político de Uribe mostrou-se menos radical em suas ações contra a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o que desagradou o ex-presidente.

“Esse discurso mostra uma ruptura muito grande dentro do estabelecimento político”, disse à AFP o analista político Fernando Giraldo, da Universidade Javeriana.

Uribe governou a Colômbia ente 2002 e 2012 com uma política de enfrentamento total às guerrilhas, que lhe deu grande popularidade. “Uribe representa o setor radical que quer cumprir com os seus objetivos de segurança, seja qual for o custo para a democracia”, explicou Giraldo, ao prever “um luta feroz” na possível reeleição de Santos.

Apesar de suas conquistas no campo de segurança, o governo Uribe é acusado de várias violações dos direitos humanos, entre as quais, execuções sumárias de civis, escutas ilegais contra opositores, juízes e jornalistas, e ligações entre dirigentes do governo e paramilitares de extrema-direita.