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Brown, PCC e os garotos perdidos

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10 Julho 2012

Captar sensações, como se fosse uma antena humana, para depois traduzi-las em rimas, como faz um poeta, são talentos que transformaram Mano Brown no maior nome do hip-hop em São Paulo. Nos anos 1990, a voz gutural do MC, acompanhada de bases musicais sombrias parecidas a trilhas sonoras de filmes de suspense, revelaram o cotidiano violento de jovens que se matavam, a caminho do autoextermínio, protagonizando carreiras criminais ou sendo vítimas da violência policial.

A reportagem é de Bruno Paes Manso, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, 08-07-2012.

Nesse período, tempos em que São Paulo alcançava taxas escandalosas de 53 homicídios por 100 mil habitantes, ter atitude era odiar. Sobrava inspiração para cantar e denunciar "a realidade", cabendo aos rappers, na definição deles próprios, o papel de "CNN da periferia" (mais correto seria Al-Jazeera).

Na década que se seguiu, ao mesmo tempo que São Paulo e as periferias viviam processos de mudanças radicais, os Racionais de Mano Brown pareciam ter perdido o discurso. Os homicídios, que dizimaram parte da geração de Brown, hoje com 42 anos, despencaram 80%. Também aumentou o consumo de drogas e foi criada a mística em torno do Primeiro Comando da Capital (PCC), que organizou a distribuição de drogas nas biqueiras das quebradas.

Como se não houvesse muito mais a rimar e declamar, as músicas dos Racionais minguaram e nenhum álbum relevante foi lançado em dez anos. No mesmo período, as periferias foram dominadas pelo funk e pelo pancadão, celebrando o consumo e o prazer em excesso proporcionados pelo sexo casual e pelas drogas. Os anseios da geração de jovens das periferias ficaram mais próximos aos dos jovens da classe média paulistana.

O "sistema", contudo, continuava a produzir camadas sociais que se movimentavam em sentidos opostos, como placas tectônicas na iminência de produzir terremotos. Brown, o cronista, estava atento e conseguiu compreender que era falsa a sensação de paz que a cidade experimentava. O subterrâneo se movimentava e a opção pelo crime crescia. Sem nenhuma gota de hipocrisia, neste ano descreveu em uma nova canção as sensações e o espírito dos jovens que ingressam e seguem a carreira criminal. Trata-se do rap Marighella, em homenagem ao guerrilheiro comunista, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN).

Gravado em maio em uma ocupação no centro de São Paulo, o clipe de Mariguella é a metáfora de Brown para explicar o crime e o criminoso. Brown usa trechos do manifesto do guerrilheiro, transmitido em 1969, para convocar os operários e trabalhadores nas favelas a se armar e a aprender a atirar.

Na voz de Brown, não se trata de Marighela, "assaltante nato", nem do comunismo, nem dos operários. Mas da revolta, da raiva contra o sistema, dos "correrias", perseguidos e descriminados, mas com procedimento, devotos do ódio, protagonistas de uma vida sem sentido, que criam meios violentos para suportar a vida na sociedade violenta.

Marighella é a metáfora que revela as aspirações da geração urbana dos garotos perdidos, enrolados na carreira criminal que escolheram. Filhos de migrantes, nascidos nas grandes cidades, onde negaram a cultura rural dos pais para inventar os próprios caminhos.

Parte dessa geração, dizimada nos anos 1980 e 90, forjou sua identidade no crime, usando a violência. Quando escolhem essa carreira, passam a viver um destino sem futuro, em que plantam e colhem violência, como se essa fosse a única forma de serem percebidos. Ainda é muito melhor tentar compreendê-los nas músicas dos Racionais e nas lúcidas metáforas de Mano Brown. Quem sabe sejam encontradas formas para preencher o vazio dessas vidas.


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