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20 Junho 2012

Em 2009, foram justamente as pressões exercidas pelo episcopado que garantiram a aprovação do Carper (Comprehensive Agrarian Reform Program Extension with Reforms), ou seja, a extensão por mais cinco anos do Carp (Comprehensive Agrarian Reform Program), promulgado em 1988 pela então presidente das Filipinas, Corazón Aquino (mãe de Benigno Aquino, que atualmente detém as rédeas do país), a fim de redistribuir aos agricultores 10 milhões de hectares em dez anos, e renovado dez anos mais tarde até 2008.

A reportagem é do sítio Vatican Insider, 18-06-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ainda hoje, os bispos estão na vanguarda, pedindo a completa aplicação do Carper, que previa um gasto de 150 bilhões de pesos para a compra e a redistribuição das terras para as famílias dos trabalhadores. Aquino, por enquanto, não honrou esse compromisso: neste ano, a presidência, diante do pedido feito pelo Departamento para a Reforma Agrária (Dar) de alocar 30 bilhões de pesos de orçamento, aprovou um financiamento de apenas 18 bilhões.

Além disso, o objetivo indicado pelo Dar, que havia garantido a redistribuição de 383.515 hectares de terra até o fim de 2011, foi implementado em menos da metade, fazendo parecer cada vez mais irreal a conclusão da reforma antes da sua caducidade, em 2014. Globalmente, cerca de um milhão de hectares de terra ainda não foi distribuído.

Por isso, em concomitância com a marcha de 10 dias organizada por agricultores provenientes de todo o país dirigida ao palácio presidencial, cerca de 30 bispos liderados pelo arcebispo de Manila, Luis Antonio Tagle, assinaram a carta aberta ao presidente Aquino preparado pelo bispo auxiliar da capital, Broderick Pabillo, chefe do Departamento para a Ação Social da Conferência Episcopal (CBCP), e pelo Ir. Marlon Lacal, diretor-executivo da Associação de Superiores Maiores do país, intitulada Deus ama os pobres.

"Os dados mostram que a implementação do Carper foi consistentemente inaplicada, especialmente no que diz respeito ao Lad (a aquisição e à distribuição da terra)". "Nessa terrível situação, os agricultores ficam impacientes e desesperados. Temem os ventos de agosto de 2014, quando irá expirar a extensão do Carp. Eles lutaram pela reforma agrária durante décadas e temem que tudo terá sido em vão".

"Eles lhe pedem – concluem os bispos – que use o seu enorme capital político para realizar a visão do Carp, distribuindo todos os terrenos agrícolas restantes envolvidos no procedimento e atribuindo os necessários serviços de apoio financeiro que possam ajudá-los a se tornarem proprietários cultivadores".