Por: Jonas | 08 Junho 2012
Fernando Lugo, pela segunda vez, abriu os braços à paternidade. Segundo o seu assessor jurídico, o advogado Marcos Fariña, o presidente paraguaio se mostrou disposto a reconhecer um menino de dez anos, nascido quando era bispo católico, entre 1997 e 2006. Trata-se do quarto pedido de paternidade, já que logo depois de assumir o Executivo, no início de 2009, se viu obrigado a reconhecer outro menino como seu filho. A informação sobre este novo pedido de paternidade foi publicada ontem pelo jornal Ultima Hora, para o qual a enfermeira de 42 anos, Narcisa da Cruz de Zárate, garantiu que Lugo é o pai de seu filho e que, quase desde o nascimento de seu filho, recebe ajuda. A mulher e o atual chefe de Estado se conheceram onze anos atrás, quando ela se separou de seu marido e ficou responsável por quatro filhos. Então, ela decidiu aproximar-se e pedir ajuda e conselhos ao então bispo de San Pedro, Fernando Lugo.
A reportagem está publicada no jornal Página/12, 06-06-2012. A tradução é do Cepat.
Foi nesse momento que começou a relação que culminou no nascimento de seu quinto filho. A mulher afirma que Lugo conheceu o bebê quando estava com dez meses de vida, após uma missa realizada na região de San Pedro, onde nasceu a mãe. Narcisa lembrou que nessa ocasião o presidente levantou o menino e disse que “era muito lindo. Desde então, ele ajuda meu filho”. Não é a primeira vez que seu nome é estampado. Quando surgiu o primeiro caso de solicitação de paternidade a Lugo, o nome de Narcisa tornou-se público como o de uma das mulheres que, segundo se comentava, também tinha um filho do ex-bispo. No entanto, nessa ocasião, ela negou completamente.
“Ele (Lugo) assim que assumiu (como presidente) me disse que nós íamos ficar bem”, disse agora Narcisa, justificando o silêncio que manteve durante estes anos. A mulher afirmou que sua filha maior, todo início de mês, vai até o Palácio de Governo para receber uma mensalidade para os gastos da criança, que leva o sobrenome de seu marido, com quem se reconciliou algum tempo depois da separação. A mãe paraguaia afirmou, também, que seu filho recebe dinheiro e presentes em cada aniversário, no dia de Reis, Natal e Ano Novo. Sobre os motivos deste inesperado pedido de paternidade, explicou que agora seu filho é grande e que quer ter o sobrenome de seu pai. Em relação a isso, Fariña adiantou que o mandatário dará o seu sobrenome para a criança. “Recebi instruções para iniciar os trâmites para o reconhecimento”, expressou. Disse “é”, quando os jornalistas lhe perguntaram se Lugo não tinha dúvidas de que se tratava de seu filho.
Atualmente, Narcisa é funcionária do Instituto de Previdência Social. De acordo com as informações com as quais a imprensa paraguaia trabalhava ontem, a mulher deverá fazer o pedido de reconhecimento de paternidade da criança ao Juizado da Criança e do Adolescente, porque o menino possui o sobrenome do atual marido de Narcisa. Em seguida, acontecerá a mudança de sobrenome da criança e, seguido a esse trâmite, será aberto o caminho para o reconhecimento formal.
Trata-se do segundo filho reconhecido pelo atual presidente do Paraguai, que antes deu o seu sobrenome para um filho de Viviana Carrillo. No início de 2009, Lugo reconheceu a criança, que também nasceu na sua época de bispo em San Pedro. Pouco depois, Benigna Leguizamón pediu o reconhecimento de paternidade de um bebê também nascido nessa época, mas o expediente judicial continua tramitando até hoje. O advogado Fariña explicou que espera que o juiz da causa fixe um prazo para que termine a coleta de mostras de DNA. Com desconfiança, Benigna afirma que quer se certificar de que o teste seja realizado corretamente, temendo alguma armadilha. Outra mulher que reclama a paternidade é Hortensia Morán, que também solicitou que Lugo dê o seu sobrenome para seu filho. Morán denunciou irregularidades na coleta das mostras de DNA, apesar dos três laboratórios que participaram das análises informarem que os resultados foram negativos, favoráveis ao presidente.
Segundo a agência estatal IP Paraguai, Lugo fará o reconhecimento da criança agora porque “antes não tinha legalidade para fazer isso”. O chefe de Gabinete Civil, Miguel López Perito, previu que o novo caso de paternidade poderá ser utilizado pela oposição para desprestigiar o governo, embora desprezando que a estratégia possa afetar o partido visando às eleições do próximo ano. “Será usado politicamente, mas não acredito que as pessoas sejam tão ingênuas em se deixar manipular por isso”, avaliou López Perito, que considera que não existe nenhuma ligação entre o que se possa questionar deste fato e as candidaturas da Frente Guassú, uma aliança de pequenas forças que dão suporte a Lugo. Em fins de 2006, Fernando Lugo abandonou o bispado e entrou na política, chegando à presidência nas eleições de abril de 2008.
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Lugo reconheceu sua segunda paternidade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU