02 Mai 2012
Partiu do amigo, confidente e ex-marido Carlos Araújo a sugestão para que Dilma Rousseff desse projeção nacional a um herdeiro do líder trabalhista Leonel Brizola. Já no ano passado, aconselhada por Araújo, a presidente fez um arranjo político para transformar Brizola Neto em deputado federal. Por interferência dela, o governador Sérgio Cabral (PMDB) nomeou o deputado Sergio Zveiter para a Secretaria do Trabalho do Rio. Com isso, abriu-se uma vaga na Câmara para o suplente Brizola Neto.
O comentário é de Dione Kuhn, jornalista, e publicado pelo jornal Zero Hora, 01-05-2012.
Os vínculos de Dilma e Araújo com Leonel Brizola – construídos nos idos de 1980 no Rio Grande do Sul, a partir da redemocratização e da fundação do PDT – foram rompidos no momento em que ambos deixaram o partido, em 2001. Mas restou pelo caminho uma história de respeito à figura do ex-governador e a proximidade, principalmente de Araújo, com os netos de Brizola. Ele exerce um papel de conselheiro dos três herdeiros políticos – além de Brizola Neto, a deputada estadual gaúcha Juliana Brizola e o vereador do Rio Leonel Brizola.
Poucos dias atrás, na casa do ex-marido de Dilma, na zonal sul de Porto Alegre, foi selada a indicação de Brizola Neto para o Ministério do Trabalho, com a presença do próprio e do deputado federal Paulinho da Força Sindical (PDT-SP).
A mão pesada de Araújo revoltou o PDT do Rio Grande do Sul. Afinal, um ex-filiado conseguiu ditar os rumos do partido, usando de sua influência junto a Dilma para indicar uma pessoa que boa parte da sigla não queria. E pior: conseguiu adiar as pretensões políticas do deputado federal Vieira da Cunha, uma das grandes apostas do PDT para voos maiores.
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Um Brizola no governo. Interferência familiar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU