Lefebvrianos: termina o último cisma, mas ainda não haverá paz na Igreja

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24 Abril 2012

O cisma dos lefebvrianos – que talvez esteja chegando ao fim – dura 23 anos, mas o ramo anticonciliar do qual eles germinaram remonta a 44 anos atrás e tem uma data de início fortemente simbólica: 1968.

Para a reabsorção do cisma – palavra grega que significa ruptura –, o Papa Bento XVI está  trabalhando com decisão, e parece que as negociações entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, que começaram há três anos, estão andando bem. A última palavra não foi dita, mas as péssimas previsões da metade de março estão agora abaladas. Desde setembro, o papa e a Cúria esperam que a Fraternidade assim embaixo de um "preâmbulo doutrinal", em que se afirma a aceitação do Vaticano II com menção ao ecumenismo e à liberdade religiosa, de cuja rejeição nasceu o cisma.

A reportagem é de Luigi Accattoli, publicada no jornal Corriere della Sera, 21-04-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Até meados de março, a Fraternidade havia feito a declaração de que não podia assinar esse "preâmbulo", acompanhada por contrapropostas que a Congregação para a Doutrina da Fé e o papa consideraram "insuficientes". A última resposta que veio do Vaticano na última segunda-feira, 16, por e-mail, pareceu ser "significativamente diferente" das anteriores, a ponto de constituir – segundo o porta-voz, Lombardi – "um passo à frente e um fato encorajador".

Eles não disseram que aceitam o "preâmbulo", mas que poderiam aceitá-lo se fossem feitos alguns "acréscimos ou esclarecimentos". A Congregação para a Doutrina irá avaliar os pedidos, e Bento XVI tomará uma decisão. Mas não se sabe se a possível solução positiva irá abrir um período de paz no catolicismo.

O retorno à "comunhão com Roma" da atual dirigência lefebvriana poderia provocar a separação da ala intransigente que considerou "escandalosas" a beatificação do Papa Wojtyla e a convocação da Jornada de Assis em outubro passada. Nos episcopados, a reentrada dos lefebvrianos "moderados" irá agravar o debate sobre os ajustes beneditinos da herança wojtyliana. Cinquenta anos depois do início do Vaticano II, o conflito sobre a sua interpretação está mais acesa do que nunca.