Por: André | 03 Abril 2012
Em diversas ocasiões, Chávez manifestou seu propósito de seguir as recomendações dos médicos e ratificou sua candidatura à terceira reeleição. Segundo as pesquisas, está 30% à frente de seu rival, Capriles Radonski.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 02-04-2012. A tradução é do Cepat.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou a Havana na noite do sábado para se submeter ao segundo período de aplicações de radioterapia, em sua luta contra o câncer. Chávez viajou acompanhado de sua filha Rosa Virginia, seu neto Jorge e o chanceler Nicolás Maduro, segundo informou a agência de notícias estatal AVN. No aeroporto José Martí foi recebido pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, com quem manteve uma breve conversa. Em um ato público realizado antes de sua viagem, Chávez disse que viajava novamente para “continuar vendo a pátria boa, nova e feliz”. “Assim como Cristo disse certa vez a uma mulher que chorava porque seu filho estava morto: ‘Não chores por quem não está morto, mas apenas dorme’, e tocando no moço disse: ‘Jovem, deixa de dormir, não vês que tua mãe chora?’, assim digo eu: me aferro a Cristo, não é tempo de morrer, mas de viver”, reafirmou sua fé o presidente. Na capital venezuelana também anunciou que durante sua permanência na ilha vai repassar alguns assuntos relacionados à caminhada de seu governo, entre eles a lei orgânica do trabalho, prevista para ser promulgada no dia 1º de maio.
O chefe de Estado havia voltado de Havana na quinta-feira da semana passada, depois de ter se submetido às primeiras cinco sessões de radioterapia na capital cubana. Seu retorno a Caracas está previsto para quarta-feira ou quinta-feira. Segundo o jornal cubano Juventud Rebelde, que em sua edição de domingo publicou na capa uma foto de ambos os presidentes com as mãos sobre os ombros, Chávez manteve “uma breve e animada conversa” com Castro, na sua chegada ao Aeroporto Internacional José Martí, de Havana. Trata-se da segunda viagem que o presidente bolivariano empreende a Cuba, após a última cirurgia a que se submeteu na ilha, há pouco mais de um mês do aparecimento de um novo tumor, em decorrência de um câncer. No fim de semana passado, o presidente da Venezuela voltou a Havana para iniciar o tratamento de radioterapia, que, segundo ele mesmo anunciou, vai exigir pelo menos quatro sessões a mais. Assim mesmo não descartou que receba alguma dessas sessões em seu país.
Esta última viagem a Cuba acontece 72 horas após sua volta a Caracas, depois dos cinco dias que permaneceu na ilha para se submeter às primeiras sessões de radioterapia. A indicação de iniciar esse tratamento se deu depois que, em 26 de fevereiro, os médicos lhe extirparam, também em Havana, um tumor cancerígeno localizado no mesmo lugar – não precisado oficialmente – da zona pélvica onde foi extraído outro similar no final de junho de 2011. Depois da primeira cirurgia recebeu um tratamento de quimioterapia.
O vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, pediu, no domingo, durante a missa do Domingo de Ramos, pela recuperação de Chávez. “Daqui o acompanhamos em nossas orações, em nossa fé e em nosso trabalho, comandante presidente”, disse. Em diversas ocasiões, Chávez manifestou seu propósito de seguir estritamente as recomendações dos médicos e ratificou sua candidatura à terceira reeleição consecutiva nas eleições presidenciais de 07 de outubro, nas quais enfrentará um único candidato, o governador Henrique Capriles Radonski, da Mesa da Unidade (MUD). De acordo com a última pesquisa realizada pela Encuestadora 30.11, divulgada neste domingo pelo canal estatal VTV, Chávez conta com 57% das intenções de votos, contra 27,4% de Capriles Radonski. Isto daria uma vantagem de 30 pontos ao presidente sobre seu rival, expressou neste domingo Germán Campos, diretor da Encuestadora 30.11, durante a sua participação no programa especial Contragolpe. Neste sentido, Campos explicou que a pesquisa assinala que a intenção de votos aponta 9,8% de indecisos. Destacou, além disso, que 62,6% dos consultados identificam Chávez como um candidato que se preocupa com os problemas das pessoas, ao passo que 24,5% equiparam Capriles Radonski com essa mesma característica.
À pergunta sobre qual é o líder que transmite mais confiança, 62% dos entrevistados se inclinaram em direção ao atual presidente, ao passo que 29,7% estimaram que essa frase identificava o candidato opositor.
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“Não é tempo de morrer, mas de viver”, afirma Chávez - Instituto Humanitas Unisinos - IHU