29 Março 2012
Num fato sem precedentes, gangues rivais comprometeram-se, em carta enviada à imprensa, a ser parte da solução de uma guerra que se viram obrigados a travar por causas sociais de exclusão, marginalização, repressão e sobrevivência.
“Queremos pedir perdão por 22 anos de guerra entre grupos. Sabemos que o fenômeno das gangues trouxe luto e dor ao povo salvadorenho, não podemos reviver os mortos, mas podemos evitar que sigam morrendo mais”, disse Carlos Ernesto Mojica, conhecido como o Velho Lin, líder de uma das gangues.
A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 29-03-2012.
A veracidade do documento, divulgado na imprensa em 19 de março, foi confirmada pelo bispo capelão militar, Fabio Colindres, e o ex-comandante de grupo da guerrilha, Raúl Mijango, que acompanharam o processo de paz entre as gangues.
Em ofício religioso na cadeia de Ciudad Barrios, que hospeda “pandilleros” considerados de alta periculosidade, Colindres pediu aos meliantes para dar continuidade a “esse gesto extraordinário que nasceu do coração de vocês”. A missa foi assistida por jornalistas. O líder da mara MS13, Dionisio Arístides Umanzor, disse que eles estavam atuando de boa fé. “Estamos conscientes que falhamos perante Deus e a sociedade. Em nome de toda minha liga, a MS13, quero pedir perdão à sociedade, e que nos dêem uma oportunidade de poder mudar”.
Dados oficiais anunciam que nos últimos dias os casos de assassinatos caíram de 13 para cinco por dia.
Tanto o líder da mara 18 como o da mara MS13 pedem que possam ser reintegrados na sociedade, lhes dêem crédito e condições de estudar.
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El Salvador. Gangues rivais selam a paz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU