'A culpa se dissolverá nos próximos meses'

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24 Fevereiro 2012

No livro Falem com Julio, o jornalista Diego Cabot disseca a controvertida relação do ministro do Planejamento e Obras Julio de Vido com o empresariado argentino. Em entrevista, Cabot afirmou que o Grupo Cirigliano, que controla a ferrovia Sarmiento, na qual ocorreu a tragédia de quarta-feira, em Buenos Aires, é um dos grupos que "conhece as regras" do governo.

A entrevista é de Ariel Palacios e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 24-02-2012.

Eis a entrevista.

Qual é o vínculo dos Ciriglianos com os Kirchners?

O governo Kirchner possui empresários amigos que são da Patagônia, quando Néstor (Kirchner) era governador. Quando o kirchnerismo chegou à presidência, não tinha empresários amigos em Buenos Aires. Logo, colocou seus homens de confiança em setores de muito dinheiro. Um deles foi Ricardo Jaime, que administrou os subsídios e as obras que se faziam nas ferrovias, setor no qual não existe muita concorrência. Assim surgiu o vínculo com os Ciriglianos. Com o kirchnerismo e o fornecimento de generosos subsídios às empresas, os cheques às concessionárias de trens começaram a contar com muitos zeros.

A Justiça criou uma comissão de peritos para analisar esse acidente. Acredita que a investigação avançará?

Não. A culpa pelo acidente se dissolverá nos próximos meses. A linha Sarmiento, administrada por essa mesma empresa, teve um acidente no ano passado com 11 mortos e 400 feridos e nada aconteceu. Mas, nesse ponto, é preciso ser justo com a empresa: o Estado é quem fornece trilhos, locomotivas e vagões. As empresas ferroviárias gerenciam os trens na estrutura física que o Estado argentino coloca. E a estrutura é péssima.

A relação irregular entre integrantes do governo e as empresas de serviços públicos privatizados mudou desde os anos 90, na época de Carlos Menem?


Na época de Menem, as empresas talvez tivessem de fazer favores ao governo para conseguir negócios. Mas agora são praticamente "locatárias" do governo. As empresas privatizadas agora são quase apêndices do governo Kirchner. O governo pressiona, mas também protege esses empresários. E isso é facilitado pela falta de ação dos organismos de controle e da Justiça.