Por: Cesar Sanson | 03 Janeiro 2012
No comércio popular da periferia de Manaus, muitas crianças e adolescentes trabalham longe da fiscalização. Quando os pais ou empregadores são abordados, dizem que é melhor a criança trabalhar que ficar nas ruas.
A reportagem é de Kátia Brasil e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, 28-12-2011.
No bairro do Zumbi, na zona leste da cidade, L., 11, trabalha lavando peixes em um box na feira. São dois turnos: das 7h às 12h e das 14h às 20h. O garoto recebe R$ 20 por dia. Ele afirma que estuda. Cursa o 5º ano do ensino fundamental. "Com o dinheiro, eu compro roupas e dou para minha mãe", diz L.
O empregador do garoto, um peixeiro que se identificou como Elson, 29, afirma que emprega L,. mas não é trabalho infantil. "Melhor do que 'tá' na rua perambulando, pedindo dinheiro", disse.
No açougue Esperança, os meninos N., 8, e A., 10, trabalham com desenvoltura cortando nacos de carne e dando troco aos clientes. Por um minuto, N. esquece o trabalho e liga a pequena TV. Mas a mãe, Mariluce Lopes, 29, dona do açougue, manda desligar. O garoto volta para o balcão. Sem falar em pagamentos, ela disse que traz as crianças para trabalhar porque não tem quem cuide delas em casa. "Eles ficariam sozinhos, é perigoso", disse.
Em Rondônia, Estado que apresenta maiores taxas de trabalho infantil no país, a maioria das crianças estão nas formas mais "invisíveis" de trabalho: agricultura familiar e funções domésticas.
Em outubro, o Conselho Tutelar de Porto Velho descobriu que uma garota de oito anos fazia trabalho doméstico em sua casa obrigada pelo pai e pela madrasta. Estava com o rosto parcialmente queimado por óleo por causa de acidentes. Hoje, ela mora com uma tia e voltou a frequentar a escola.
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No Amazonas, garoto trabalha 11 horas por dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU