Vale vai dragar areia com ferro em praia do ES

Mais Lidos

  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS
  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • COP30 escancara a mais nova versão da mentira. Artigo de Txai Suruí

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

08 Dezembro 2011

O incidente com o supercargueiro da Vale, no Maranhão, - em que rachaduras no casco ameaçaram submergir parte da carga de 260 mil toneladas de minério de ferro - já teve precedentes. Desde 2002, o governo do Espírito Santo exige reparação pelos danos ambientais causados por efluentes ricos em ferro lançados pela empresa perto da praia de Camburi, em Vitória. Moradores reclamam do escurecimento da areia.

A reportagem é de Karina Ninni e Alexandre Gonçalves e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 08-12-2011.

No ano passado, a empresa entregou um relatório para o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) com propostas para dragar a areia escura e levá-la a um local seguro. Segundo o órgão ambiental capixaba, foram solicitadas mais informações à empresa, além de novas propostas de lugares onde deixar o material retirado. A resposta da Vale foi entregue em outubro e, desde então, está em estudo pelos técnicos do Iema, sem prazo para uma decisão.

O instituto afirma que, em 2001, o governo capixaba exigiu da Vale que todos os efluentes passassem por tratamento antes do seu descarte, como condição para conceder o licenciamento ambiental da siderúrgica. Em 2002, criou outra precondição: um estudo para avaliar se seria possível tirar todo o minério já acumulado na costa. A análise demonstrou a viabilidade da operação. Para retirar os 50 mil metros cúbicos de minério acumulado seria preciso retirar um volume três vezes maior (150 mil metros cúbicos) de areia.

Contatada pela reportagem, a Vale confirmou que pretende dragar a areia com minério de ferro da região, mas não poderia fornecer mais detalhes, pois aguarda o licenciamento do Iema.

"A gente está preocupado, porque o resíduo está se espalhando por outras praias. O aspecto da água é feio, afasta turistas, tem muito material em suspensão", afirma Paulo Pedrosa, presidente da Associação dos Amigos da Praia do Camburi. Ele também conta que a empresa está em processo de licenciamento de uma termelétrica no local. "A Vale deveria primeiro limpar a praia. Não queremos que a empresa ganha a licença de instalação antes de fazer isso", diz Pedrosa.