17 Novembro 2011
A esquerda mexicana decidiu repetir o candidato nas eleições presidenciais de 2012: Andrés Manuel López Obrador. O mesmo candidato que foi derrotado por apenas 0,56% dos votos nas eleições de 2006 contra o atual presidente, Felipe Calderón. Obrador foi o vencedor nas duas pesquisas paralelas que o Partido da Revolução Democrática (PRD) fez entre a população. O candidato perdedor, Marcelo Ebrard, governador do Distrito Federal e que representa a ala moderada do PRD, aceitou o resultado. "A esquerda dividida apenas iria para o precipício", disse ele.
A reportagem é de Luis Prada e publicado pelo El País, 16-11-2011. A tradução é do Cepat.
As duas pesquisas, de metodologias e amostragens semelhantes, foram baseados nas respostas das pessoas a cinco perguntas. Ebrard ganhou naquelas que ser referiam a simpatia e a capacidade do candidato a partir de uma lista de vários nomes. No entanto, nas perguntas que tratavam sobre intenção de voto direta entre ele e López Obrador (foto) ganhou o velho caudilho da esquerda populista mexicana.
Ebrard acatou o resultado das pesquisas e renunciou ao forçar um processo de primárias no partido. Ele destacou que os objetivos das pesquisas era "garantir uma candidatura unitária, garantir a escolha do candidato a partir da preferência dos eleitores e estabelecer as bases para uma nova etapa da esquerda progressista" e que os três objetivos se cumpriram. Prometeu todo o seu apoio a AMLO, como López Obrador é conhecido, e defendeu "a construção de uma frente ampla que supere os confrontos entre as facções".
López Obrador, por sua vez, anunciou a criação de uma frente ampla, inspirada pelo Uruguai, que participará das eleições com o nome Movimento progressita. Desmanchou-se em elogios ao seu adversário interno - "amigo, companheiro e um político notável" - e disse que os dois se complementam.
O candidato de 2006, que apelou a todos os setores progressistas a unir forças para "transformar o México em um país mais justo e equitativo", não pode resistir a sua vellha retórica e disse: "Vamos todos juntos, sem ódio ou ressentimento construir uma república amorosa ". A escolha de López Obrador ficou conhecida dois dias após a derrota do PRD no Estado de Michoacán, um reduto histórico para a esquerda mexicana e que havia governado durante os últimos 10 anos.
López Obrador, representante da ala radical do PRD e ponto de união de um sem fim de "tribos" e coletivos sociais de esquerda, não atrai, segunda as pesquisas, as classes médias mexicanas em que pese nos últimos meses sua aproximação com o setor privado. Seu teto eleitoral atual é de 15% na intenções de votos e sua candidatura torna as coisas mais fáceis para o retorno ao poder do Partido Revolucionário Institucional (PRI), um dos favoritos nas pesquisas.
Marcelo Ebrard, ao contrário, tem grande poder de atração entre os setores mais modernos da sociedade mexicana e sua gestão a frente do governo da capital do país goza de uma aceitação superior a 60%. Como prefeito da Cidade do México se destaca por sua política de ampliação dos direitos dos cidadãos – legalizou o casamento gay – e sua defesa do meio ambiente. Não passou desapercebido de ninguém que Ebrard , de 52 anos, aguarda sua oportunidade em 2018.
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A esquerda mexicana escolhe novamente López Obrador para a disputa da eleição presidencial - Instituto Humanitas Unisinos - IHU